Paulo Guedes diz que PEC não vai atrapalhar contas públicas

Paulo Guedes diz que PEC não vai atrapalhar contas públicas

Em mudança de discurso, Ministro da Economia comemorou aprovação da PEC dos Benefícios e garantiu que economia não será atingida

A economia brasileira não sofrerá impactos com a aprovação da PEC dos Benefícios nesta semana no Congresso Nacional. É o que garante o Ministro da Economia, Paulo Guedes. Em discurso para jornalistas, ele comemorou a promulgação do texto e criticou as pessoas que, segundo ele, estariam torcendo contra o Brasil.

“O fiscal está forte. Os bancos centrais do mundo inteiro dormiram no ponto, estão correndo atrás (elevando os juros), e o nosso Banco Central foi o primeiro a se mover. O resultado primário consolidado está zerado e nenhum país fez isso, a não ser Cingapura”, disse Guedes logo depois da aprovação do texto.

O Ministro deu a declaração enquanto participava da abertura da apresentação das novas previsões macroeconômicas da pasta. O Ministério elevou de 1,5% para 2% a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Além disso, eles mantiveram a estimativa de 2,5% para o ano de 2023. Ambas projeções estão acima daquelas que são feitas pelo mercado.

Paulo Guedes foi o criador do termo “PEC Kamikaze”, mas mudou o tom nos últimos dias. Ele vinha elogiando o Congresso Nacional por retirar do texto uma indicação do Governo Federal de pagar uma compensação aos estados que reduziram o ICMS. No final das contas, apenas as mudanças nos auxílios foram aprovadas.

Na mais recente declaração, Guedes criticou os parlamentares que não quiseram aprovar a PEC dos Benefícios. De acordo com o Ministro, os críticos estariam baseados apenas em uma “paixão partidária”, mas não chegou a citar nenhum nome. Vale lembrar que a maior parte da oposição votou a favor da PEC no Senado e na Câmara Dos Deputados.

Críticas

Mas afinal, quais são as críticas ao texto da PEC? Segundo parlamentares da oposição, há uma preocupação em relação aos gastos públicos. A matéria libera mais de R$41 bilhões para uso do Governo Federal nos próximos meses.

Além disso, o texto também indica o acionamento do período de emergência. Assim, o Governo não precisa respeitar mais algumas leis como o teto de gastos, que limita as despesas públicas, e a Lei das Eleições, que em condições normais impediria a criação de novos benefícios em anos eleitorais.

Nesse sentido, partidos de esquerda também criticam aquilo que chamam de “caráter eleitoral” da PEC. Segundo os parlamentares, o presidente Jair Bolsonaro estaria aprovando a PEC apenas com o objetivo de conseguir mais votos para as eleições deste ano.

O que diz a PEC

Como dito, a PEC dos Benefícios libera mais de R$ 41 bilhões para uso do Governo Federal. Parte deste dinheiro servirá para aumentar o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, além de elevar o número de usuários em mais de 2 milhões.

A PEC também altera a lógica de pagamentos do vale-gás nacional. O programa social passa a pagar um valor de R$ 120 a cada dois meses a partir de agosto. Até aqui, o projeto social realizava liberações que giravam em torno de R$ 50.

O texto da PEC ainda permite a criação de alguns benefícios do zero. É o caso, por exemplo, do Pix Caminhoneiro, que pretende liberar R$ 1 mil por mês até o final deste ano, e também do benefício para taxistas, que ainda não tem valor definido.

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