Ibovespa SOBE 12,5% em novembro, maior avanço para o mês desde 2020

O Ibovespa, indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, teve o melhor novembro dos últimos anos. No penúltimo mês de 2023, o índice acumulou ganhos impressionantes de 12,54%, maior avanço para o mês desde 2020, quando avançou 16,97% em novembro.

O resultado ganhou mais força com o avanço registrado nesta quinta-feira (30). Em resumo, a sessão ficou marcada pela repercussão de dados referentes à inflação nos Estados Unidos. Já no âmbito nacional, o principal dado econômico foi a divulgação da taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em outubro.

A saber, o Ibovespa subiu 0,92%, a 127.331 pontos. Esse é o maior nível desde 15 de julho de 2021, ou seja, quase dois anos e meio. No último pregão de outubro, o indicador estava a 113.144 pontos, bem abaixo do nível atual.

Aliás, em novembro, o índice subiu em 14 sessões, enquanto os dados negativos ocorreram em apenas seis pregões. No entanto, as quedas foram bem tímidas, enquanto muitos avanços foram bastante expressivos. Em 2023, o indicador reserva ganhos de 16,04%.

Ibovespa tem melhor resultado mensal em 3 anos
Ibovespa tem melhor resultado mensal em 3 anos. Imagem: Getty Images.

Inflação nos EUA vem mais fraca que o esperado

Nesta quinta-feira (30), os investidores repercutiram a divulgação do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) nos EUA em outubro. O indicador se manteve estável no mês, em relação a setembro, abaixo das projeções de analistas, que acreditavam em um avanço de 0,2% no mês.

Por sua vez, o núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, subiu 0,2% no mês. Nesse caso, o avanço veio em linha com as projeções do mercado, número que reforça a política adotada pelo Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, em relação aos juros no país.

A propósito, o Fed analisa o PCE para tomar suas decisões sobre os juros no país. Por isso, a inflação abaixo das estimativas do mercado sinalizam que o Fed está mantendo uma boa política monetária. Isso animou os investidores, que buscaram ativos de risco e alocaram recursos na Bolsa Brasileira, impulsionando o Ibovespa no dia.

Desemprego no Brasil está no menor nível desde 2015

Nesta quarta-feira (29), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Continua). De acordo com o levantamento, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,6% no trimestre móvel de agosto a outubro.

Essa é a menor taxa de desemprego desde o trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2015, quando a desocupação estava em 7,5%, ou seja, em quase nove anos. Isso evidencia os grandes resultados conquistados no primeiro ano do governo Lula.

No período, a população desocupada totalizou 8,3 milhões de pessoas no país. Isso representa uma queda de 3,1% em relação ao trimestre anterior (menos 261 mil pessoas) e uma redução de 8,5% em um ano (menos 763 mil pessoas desocupadas).

Por sua vez, a população ocupada somou 100,2 milhões no período, número 0,9% maior que o do trimestre móvel anterior (mais 862 mil pessoas). O número da população ocupada atingiu o recorde da série histórica, iniciada em 2012, e superou pela primeira vez a marca de 100 milhões.

60 das 86 ações do Ibovespa sobem na sessão

Na sessão de hoje (30), 60 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em queda, impulsionando o indicador e refletindo o otimismo dos investidores, que buscaram ativos de risco. Em contrapartida, 24 papeis caíram no dia, limitando o avanço do indicador, enquanto dois se mantiveram estáveis.

A saber, as duas principais empresas listadas no Ibovespa são a mineradora Vale e a Petrobras, que respondem por cerca de 15% e 12% da carteira, respectivamente. As variações registradas por estas empresas exercem bem mais impacto no indicador do que as demais. Por isso que elas têm uma importância tão elevada assim.

No caso da Vale, os papeis tiveram uma leve alta no dia (0,54%), impulsionando o Ibovespa. Contudo, foram os papeis da Petrobras que se destacaram na sessão, fortalecendo o avanço do indicador, já que suas variações foram bem mais expressivas. Em suma, as ações preferenciais (PN) subiram 1,54% e as ordinárias (ON) tiveram alta de 0,94%.

A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 19 bilhões na sessão, acima da média dos últimos 12 meses (R$ 18,4 bilhões). Em novembro, o indicador teve uma média diária de R$ 19,3 bilhões, segundo maior montante de 2023, atrás apenas da média diária de junho (21,1 bilhões) e empatado ao resultado de maio (R$ 19,3 bilhões).

Veja as maiores altas e quedas desta quinta-feira (30)

Na sessão de hoje (30), as ações que tiveram os maiores avanços percentuais foram:

  1. Cielo ON: 7,77%;
  2. Magazine Luiza ON: 7,45%;
  3. Embraer ON: 5,44%.

Em contrapartida, os papeis que registraram as quedas mais intensas no dia foram:

  1. Marfrig ON: -6,54%;
  2. Braskem PNA -6,54%;
  3. Klabin S/A Unit: -3,67%.

Por fim, os papeis ordinários (ON) dão direito a votos em assembleias, algo que não acontece com os preferenciais (PN). Estes têm preferência por dividendos.

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