Cresce no Brasil a adoção do novo modelo de trabalho, impactando mais de 1,5 milhão de indivíduos

A dinâmica da economia brasileira vem passando por uma significativa transformação, moldada pela ascensão de um novo modelo de trabalho que tem ganhado expressividade nos últimos anos.

O avanço tecnológico e as mudanças nas formas de emprego têm desempenhado um papel central nessa redefinição, influenciando diretamente diversos setores e introduzindo uma adaptação notável nas tradicionais relações trabalhistas.

De acordo com dados revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínuos (PNAD Contínua), aproximadamente 1,5 milhão de brasileiros, compreendendo motoristas, entregadores e profissionais autônomos, optaram por adotar esse novo modelo de trabalho, baseado em plataformas digitais, como principal fonte de sustento financeiro.

No último trimestre de 2022, os trabalhadores inseridos nesse contexto registraram um rendimento médio mensal de R$ 2.645, representando um aumento de 5,4% em comparação com os demais trabalhadores, que obtiveram em média R$ 2.510.

Além disso, esses profissionais dedicam uma carga horária semanal mais extensa, totalizando 46 horas, em contraste com as 39,6 horas dos trabalhadores convencionais.

Contudo, sua contribuição previdenciária é significativamente menor, marcando 35,7% em comparação com os 60,8% dos demais.

Uma análise mais detalhada revela que, para os grupos menos escolarizados, os trabalhadores vinculados às plataformas digitais de serviço alcançaram um rendimento médio mensal real que superou em mais de 30% o rendimento daqueles que não adotam essas ferramentas inovadoras.

Contudo, entre indivíduos com nível superior completo, observou-se uma dinâmica diferente, com o rendimento dos que atuavam em plataformas (R$ 4.319) sendo 19,2% inferior ao rendimento daqueles que não recorriam a aplicativos de serviços (R$ 5.348).

Enfim, para uma compreensão mais aprofundada sobre o novo modelo de trabalho, continue conosco essa leitura.

Vamos lá?

Quem são os protagonistas do novo modelo de trabalho?

novo modelo de trabalho
O crescimento significativo do novo modelo de trabalho vinculado às plataformas tem recortes específicos. Imagem: JOTA.

À medida que entramos no novo modelo de trabalho que se instaurou desde 2022, observamos um notável aumento de 14,9% no contingente de trabalhadores sem registro formal na carteira, alcançando a marca significativa de 12,9 milhões.

Porém, é importante ressaltar que, ao contrário da tendência de “uberização”, a chamada “pejotização” não se restringe apenas aos profissionais menos qualificados; ela exerce sua influência sobre indivíduos altamente capacitados e com altas instruções.

Os profissionais vinculados a plataformas de trabalho apresentam uma notável concentração nos estratos educacionais de ensino médio completo ou superior incompleto, totalizando impressionantes 61,3%.

Além disso, esta faixa educacional não só lidera entre a população ocupada em geral, mas também se destaca de maneira mais proeminente entre aqueles integrados ao mundo das plataformas, contrastando vividamente com a média global de 43,4%.

Por outro lado, a parcela de trabalhadores sem instrução e com ensino fundamental incompleto é significativamente menor entre aqueles que adotam o novo modelo de trabalho, representando apenas 8,1%.

Esta cifra contrasta notavelmente com os 22,8% correspondentes à totalidade dos ocupados.

Dessa forma, ao observar esta distribuição educacional entre os profissionais vinculados a plataformas, podemos entender melhor as nuances essenciais no novo modelo de trabalho emergente.

Em resumo, estamos testemunhando uma transformação significativa não apenas na natureza do emprego, mas também nas características demográficas e educacionais dos protagonistas dessa evolução.

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E qual a postura adotada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE)?

O Ministério do Trabalho e Emprego está propondo uma abordagem inovadora para os profissionais vinculados a aplicativos.

A proposta central é que esses trabalhadores recebam um percentual por hora logada no aplicativo, além de um valor fixo por cada hora efetivamente trabalhada.

O objetivo primordial do Ministério é assegurar que nenhum trabalhador dentro desse novo modelo de trabalho receba uma remuneração inferior ao salário mínimo.

Estabelecendo, assim, uma base de projeto em torno de R$ 7,50 por hora, com contribuições proporcionais tanto dos trabalhadores quanto das empresas.

A discussão em torno da remuneração concentra-se também em um percentual adicional por hora, visando compensar o período de espera, expandindo assim a compensação para além das horas efetivamente trabalhadas.

Outro ponto relevante abordado foi a jornada de trabalho, sendo consensualmente estudado um limite máximo de 12 horas para a permanência dos motoristas, evitando, assim, jornadas excessivas e promovendo a segurança no ambiente de trabalho.

O Ministério reforça seu compromisso com a busca por um novo modelo de trabalho que garanta remunerações justas e condições dignas para os profissionais desse setor específico.

Atualmente, não existe um consenso entre entregadores e aplicativos em relação a essas propostas.

O governo tem a expectativa de apresentar uma proposta que atenda ambas as partes até o final do ano, transformando os acordos em um Projeto de Lei sujeito à avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de ser submetido ao Congresso Nacional.

A previsão é que esse processo se concretize até o final de novembro ou início de dezembro.

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