Consumo das famílias cresce 7,3% no mês de abril

De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo das famílias brasileiras em abril teve alta de 7,37% na comparação com o mesmo mês do ano de 2021. Com relação aos quatro primeiros meses do ano, o consumo registra alta de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo Marcio Milan, vice-presidente Administrativo e Institucional da Abras, os resultados da pesquisa indicam que há crescimento consistente do consumo nesta primeira parte do ano. “Mostra estabilidade no consumo nos meses de fevereiro, março e abril”, ressaltou. Com relação ao mês de março, a expansão do consumo em abril ficou 4,2%. Para este ano, a previsão da Abras é que o consumo das famílias tenha crescimento de 2,8%.

Corte na alíquota de importação de alimentos

Devido a alta da inflação, o governo federal apostou na redução de alíquotas de importação para tentar diminuir os preços internos. A medida, no entanto, não surtiu o efeito desejado, devido a pressões externas.

Segundo o IBGE, em maio, o grupo de alimentos respondeu por 0,32 ponto porcentual da alta de 0,59% do IPCA-15. A maior influência para a alta foi dos alimentos para consumo em casa. O Ministério da Economia já realizou dois cortes no imposto de importação de alimentos.

Em novembro de 2021, houve uma diminuição de 20% das taxas em mais de 6 mil itens até dezembro de 2023. No último mês, medida semelhante foi adotada, com a redução de 10% das alíquotas de importação do arroz, feijão e carne bovina

Custos de produção mais altos

De acordo com o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), André Braz, o aumento do custo de produção e do frete tem grandes chances de impactar na percepção da redução dos preços.

“Não é que o corte do imposto não tenha surtido efeito, mas existem outras pressões paralelas que evitam que os preços caiam. O imposto tem um determinado percentual, mas outros fatores compensam a medida”, pondera.

Segundo o especialista, sem o corte, seria possível observar uma alta consideravelmente maior. “O imposto não mostra para o consumidor o efeito que se espera. Se cortou imposto, espera queda no preço, mas existem outros fatores que podem não estar jogando os preços para baixo”, conclui.

Alta nos preços do mercado

A cesta com os 35 produtos mais consumidos em supermercados registrou, no acumulado de janeiro a abril, alta de 8,31% em relação ao mesmo período de 2021. No acumulado de 12 meses, os preços tiveram alta de 17,87%. Os produtos com as maiores altas no primeiro quadrimestre de 2022 foram o leite longa vida (22,35%), o óleo de soja (20,38%), o feijão (19,71%) e a farinha de trigo (15,45%).

De acordo com Milan, os preços dos produtos têm sofrido diversas pressões inflacionárias, como o aumento dos custos com energia com a Guerra na Ucrânia. Para ele, é necessário reduzir, ainda que momentaneamente, os impostos para conseguir conter a alta inflacionária.

“Pelo menos um período de corte desses impostos. Um esforço do governo federal, estadual, municipal no sentido de criar alternativas para a gente ter uma cesta básica desonerada”, defendeu Milan a respeito do consumo brasileiro

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