Cartão de crédito: mais brasileiros conseguem usar a ferramenta sem juros

Nos últimos 11 anos, mais brasileiros conseguiram quitar o cartão de crédito sem pagar juros. Em fevereiro de 2011, 67% das operações tinham sido pagas à vista ou parceladas sem juros. Já no mesmo mês no ano de 2022, essa fatia subiu para 76%. Os dados são do Banco Central e da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).

Isso é importante pois, mesmo em um momento de juros altos, é saudável para o seu bolso evitar prestações que tenham encargos adicionais. Mesmo com a crise, os dados mostram uma busca de equilíbrio para evitar endividamento ao utilizar o cartão de crédito.

Pagamento de juros do cartão de crédito

A participação dos pagamentos parcelados com juros é de uma minoria no país, este valor é de apenas 9% em fevereiro deste ano, segundo o BC. Mas isso não significa que esse tipo de pagamento esteja acabando. Houve até um aumento em relação ao ano passado.

Em fevereiro de 2022, o parcelado com juros cresceu 49,7% em comparação com o mesmo mês de 2021. Dentro deste valor está incluído compras parceladas com juros, parcelamento de fatura de cartão de crédito, parcelamento migrado do rotativo, saques parcelados e pagamento de contas parceladas.

Isso resulta em um aumento maior que o crescimento do à vista ou parcelado sem juros, no qual subiu 39,7% no mesmo período. Além disso, está diminuindo o número de prestações sem juros. Segundo levantamento da consultoria Gmattos, somente 17,2% das lojas oferecem o parcelado em 12 vezes sem juros, enquanto há cinco anos a taxa era de 85%. O que existem são opções de parcelamento sem juros em menos vezes.

Já com relação aos pagamentos com o cartão de crédito, estes cresceram 42,4% no primeiro trimestre do ano, movimentando R$ 478,5 bilhões. De acordo com a Abecs, a alta foi impulsionada pelo avanço da base de usuários, que buscam cada vez mais soluções como compras online, parcelamento sem juros e pagamento por aproximação.

O parcelamento de cartão tem crescido nos últimos 10, 15 anos. Ele representa mais de 50% de tudo movimentado com o cartão, afirma Ricardo Vieira, diretor-executivo da Abecs.

Reação dos clientes

Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), diz que existem dois padrões comuns entre os clientes para realizar o pagamento. O primeiro deles é optar pelo pagamento à vista quando o item que está comprando é de valor mais baixo.

Quando o preço do produto é mais alto, o crédito se torna o meio de pagamento preferido. Isso ocorre por causa da alta dos juros, afirma Gamboa. Os lojistas usam uma estratégia em que oferecem descontos maiores aos consumidores que optarem pelo pagamento à vista, sendo realizada no dinheiro, cartão em uma vez ou no Pix.

O parcelamento de cartão é um importante aliado do consumidor, principalmente quando compra itens mais caros sem ter que esperar tanto tempo para possuir o bem. Vieira diz que o consumidor não pode considerar o limite do cartão de crédito como uma renda extra, mas sim como uma forma de financiar produtos mais caros com planejamento. O valor das parcelas precisa caber no bolso para não gerar endividamento.

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