SALÁRIO MÍNIMO: valor deveria ser de R$ 6.527,67, aponta Dieese

Dados do Dieese revelam que o salário mínimo ideal em junho seria muito maior do que o previsto hoje pelo Governo Federal

O salário mínimo de R$ 1212 é o ideal para sobreviver hoje no Brasil? De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a resposta é não. Longe disso. Em levantamento divulgado nesta semana, o valor ideal para uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.527,67.

O Dieese divulgou este número de acordo com os levantamentos internos que revelam o saldo das cestas básicas nas capitais brasileiras. O Departamento só tem acesso aos dados de 17 cidades. De qualquer forma, há uma tendência natural de que este número represente uma realidade próxima do contexto nacional nos dias atuais.

Pelas contas do Dieese, no último mês de junho, os brasileiros tiveram que trabalhar, em média, 121 horas e 26 minutos para adquirir os produtos que fazem parte da cesta básica nacional. O dado representa um cenário de estabilidade em um patamar alto. Cada vez mais pessoas estão encontrando dificuldades em um contexto de inflação.

Hoje, um cidadão que recebe apenas um salário mínimo encontra mais desafios ao entrar em um mercado, por exemplo. O atual valor do piso salarial é mais do que cinco vezes menor do que o montante ideal para que uma família consiga fazer uma feira, por exemplo. Aqui, leva-se em consideração apenas os itens mais básicos como arroz, feijão e carne bovina de primeira.

Vale lembrar que a Constituição brasileira estabelece que o salário mínimo precisa ser suficiente para suprir as necessidades mais básicas dos seus trabalhadores. Aqui se inclui, por exemplo, moradia, saúde, educação, higiene, gastos com transporte e até mesmo com a previdência social. Tudo entra na conta final.

Governo tenta agir para equilibrar salário

É justamente diante deste cenário que o Governo Federal tenta agir. Na noite desta quarta-feira (13), por exemplo, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiram aprovar a chamada PEC dos Benefícios. O texto prevê uma série de mudanças em projetos sociais.

Podemos citar aqui, por exemplo, o aumento de R$ 200 no Auxílio Brasil e a elevação dos pagamentos do vale-gás nacional para a casa dos R$ 120. Há ainda a previsão de criação de novos projetos para caminhoneiros e taxistas.

Ao todo, a PEC permite a liberação de mais de R$ 41 bilhões para ajuda aos mais necessitados. Deste montante, mais de R$ 26 bilhões servirão apenas para bancar o aumento do Auxílio Brasil, bem como a elevação do número de usuários.

Auxílios não atendem toda a população

No entanto, é importante lembrar que as mudanças em questão não atingem toda a população. Agora, o foco do Governo Federal é ajudar as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social ou que estão sem emprego.

Quem vive apenas com um salário mínimo, como boa parte dos aposentados, não necessariamente será atendido por estes projetos. Para estas pessoas, o futuro próximo ainda tende a ser de turbulências, de acordo com as projeções da inflação.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, vem dizendo nos últimos meses que o Governo Federal conseguirá melhorar a situação da economia dentro de mais algum tempo. Ele cita, por exemplo, que as taxas de desemprego estão caindo, segundo os últimos levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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