Projetos de lei buscam prorrogação do Auxílio Emergencial

Desde o início de 2021, críticas surgiram sobre a falta de Auxílio Emergencial. Se passaram três meses de pandemia até que o Governo Federal anunciasse o retorno do benefício para abril. Além disso, o novo programa apresentou valores menores e mais exigências a serem cumpridas, quando em comparação com o de 2020.

Dessa maneira, muitos parlamentares e representantes da sociedade civil demandaram o aumento do Auxílio Emergencial de 2021. No entanto, os valores de R$ 150, R$ 250 e R$ 375, a depender da composição familiar, foram mantidos. Portanto, a pauta atual se soma à necessidade de prorrogar o benefício, além de aumentá-lo.

Ademais, alguns dos parlamentares também defendem a proteção de classes específicas da população, sob o argumento de maior impacto pela pandemia da Covid-19.

Proteção para a população do Acre

Um dos projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados é o de número 508/21. Ele determina um auxílio emergencial extraordinário para as famílias do Acre de R$ 600 durante seis meses. Dessa maneira, o público alvo são aquelas que estão em situação de vulnerabilidade social e econômica em decorrência não apenas da pandemia como de casos de dengue hemorrágica, bem como de enchentes que provocaram desalojamentos.

A autora do projeto, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) entende que “no momento são cerca de 130 mil pessoas em diferentes graus de vulnerabilidade”, apesar de ser um dos menos estados do país, de acordo com ela.

Além disso, a deputada também alerta sobre a ocorrência de imigração do Acre para o Peru, como consequência das calamidades que enfrentam. Contudo, as tentativas restam frustradas pelo fechamento dos fronteiras.

Portanto, a deputada ressalta a vivência de imigração de outras realidades. Segundo ela, “todos os dias estamos vendo chegar um grande número de haitianos, senegaleses e outros que desejam sair do País, não conseguem e permanecem no estado, sobrevivendo às custas da ajuda do setor público, seja ele municipal ou estadual.”

Assim, o projeto contará com análise das comissões de Seguridade Social e Família, bem como de Finanças e Tributação e, ainda, a de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Manutenção e aumento do Auxílio Emergencial até 31 de dezembro de 2021

Outro projeto que visa regulamentar benefício em razão da pandemia é o de número 527/21. No entanto, a ideia aqui é prolongar o Auxílio Emergencial que temos, com valor superior. Dessa maneira, caso tenha aprovação, o projeto de lei irá atingir toda a população brasileira.

Então, a ideia é conceder um valor mensal de R$ 500 até 31 de dezembro de 2021, ou seja, até o fim do vigente ano. Portanto, é possível verificar que o projeto cobriria grande parte da pandemia que o país continuará a enfrentar, levando em consideração que a vacinação demorará para chegar a toda a população.

Contudo, o projeto exigiria uma quantia considerável para o orçamento público. Portanto, a fim de viabilizar o pagamento do benefício, ele ainda determina, por exemplo, que se cobre o Imposto de Renda sobre dividendos.

Quem teria direito ao benefício que o projeto propõe?

Seria necessário cumprir todos os requisitos abaixo.

  • Não ter emprego formal ativo.
  • Ser maior de 18 anos de idade.
  • Não ser titular de benefício previdenciário ou assistencial ou seguro-desemprego.
  • Não ter recebido no ano anterior rendimentos tributáveis abaixo da faixa de isenção.

Além disso, o texto também estabelece que o benefício se limitará a dois membros por cada família, de forma que a mãe solo tenha direito a duas cotas. Ademais, aqueles que já recebem o Auxílio Emergencial de 2021 contariam com transferência automática para o do projeto.

Como seria o financiamento do benefício?

Indo adiante, a fim de financiar os custos do programa, o projeto de lei prevê um mecanismo específico para seu orçamento. Desse modo, os lucros ou dividendos de pessoas jurídicas incidirão no Imposto de Renda, bem como integrarão a base de cálculo dos rendimentos daquele domiciliado no País ou no exterior.

Em conjunto, ainda, financiariam o benefício:

  • Metade dos lucros do Banco Central em operações cambiais.
  • Arrecadação de PIS e Cofins sobre itens de luxo. Sendo que alguns deles são, por exemplo, filé-mignon, picanha, bacalhau e caviar.
  • 10% das atuais renúncias fiscais que o Governo Federal concedeu.

O que diz o autor do projeto?

De acordo com o deputado André Janones (Avante-MG), autor da proposta, “o auxílio emergencial beneficiou cerca de 55 milhões de brasileiros e precisa ser recriado”, em referência ao benefício de 2020.

Além disso, o deputado também entende que “existem mais pessoas na pobreza do que antes da pandemia ou em 2011”. Portanto, seria necessário “obrigar o governo a continuar apoiando a população, e o projeto aponta várias fontes para financiar o novo auxílio emergencial.”

Ademais, sobre o orçamento necessário, ainda, o deputado indica que a tributação sobre dividendos poderá render R$ 59,8 bilhões segundo cálculos da Unafisco. Em conjunto, o corte de 10% nas renúncias fiscais delimitam ao menos R$ 33 bilhões para este ano.

Deputados analisam possibilidade de atender mais pessoas com o mesmo Auxílio Emergencial já vigente

Para além de criar novos programas em projetos de lei, alguns parlamentares verificam a possibilidade de incluir um público maior no benefício atual. Tal fato se dá a partir da constatação de que haverá sobra no orçamento previsto para o Auxílio Emergencial de 2021.

Isto é, quando da sua criação, o benefício contou com 44 bilhões de reais para sua aplicação. Contudo, o valor que o Governo Federal gastou na primeira parcela já demonstra a previsão total de despesa. Nesse sentido, com um valor aproximado de 9 bilhões de reais para essa primeira parcela, o total seria de 36 bilhões. Portanto, a sobra seria de 8 bilhões de reais.

Por esse motivo, então, a Câmara dos Deputados discutiu no início do mês de maio sobre a possibilidade de atender um público maior.

Dessa maneira, estava presente o secretário executivo adjunto do Ministério da Cidadania, Martim Ramos Cavalcanti. Assim, nessa ocasião, ele indicou que o governo possivelmente editará uma nova medida provisória com o objetivo de aumentar os beneficiários do programa. Contudo, há que se lembrar que o limite de R$ 44 bilhões de reais da Emenda Constitucional 109 seguirá sendo respeitado.

Nesse sentido, é possível que 6 milhões de pessoas entrem no programa, entretanto, essa quantidade depende da composição dos grupos. Isto é, famílias unipessoais, mães solos ou demais famílias.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.