Juros bancários CAEM pelo 4º mês seguido no Brasil

Os juros bancários médios do país recuaram novamente em setembro deste ano. De acordo com o Banco Central (BC), a taxa média de juros com recursos livres de pessoas físicas e empresas chegou a 43,3% ao ano no oitavo mês de 2023.

A taxa ficou 0,2 ponto percentual (p.p.) menor que os juros registrados em agosto (43,5%), mostrando que o recuo foi bem leve. Ainda assim, o resultado é muito positivo para a população brasileira, visto que a taxa atingiu o menor patamar desde dezembro de 2022 (41,8% ao ano), ou seja, esse é o melhor resultado de 2023.

A propósito, este foi o quarto mês consecutivo de queda dos juros bancários no Brasil. Ainda assim, a taxa ainda continua elevada, comprometendo o orçamento de muitas pessoas.

Taxa de juros cresce na base anual

Embora a taxa tenha recuado na comparação mensal, o valor acumulado nos 12 meses ficou ainda mais elevado. Em resumo, os juros cresceram 3,0 p.p. em relação a setembro de 2022, quando a taxa estava em 40,3% ao ano.

Vale destacar que a trajetória dos juros bancários vem se mantendo em alta nos últimos anos. Em 2021, os juros acumularam alta de 8,4 p.p., enquanto o avanço registrado em 2022 ficou em 8,2 p.p. A título de comparação, estes foram os maiores avanços anuais desde 2015, quando o juro bancário disparou 9,9 p.p. no país.

Agora, em 2023, o avanço acumulado é de 1,7 p.p. até setembro. Apesar de significar que os juros ainda estão mais elevados que em 2022, o avanço é bem menor que o observado nos dois meses anteriores.

A título de comparação, o nível dos juros se manteve abaixo de 30% ao ano durante todo o primeiro semestre de 2021. No entanto, a taxa passou a acelerar nos últimos meses daquele ano, pressionado pelo aumento da taxa Selic no país e aumentando as dificuldades para as famílias brasileiras.

A propósito, o Banco Central (BC) divulgou os dados nesta semana. Em suma, o indicador da entidade financeira não inclui os créditos habitacional, rural e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Juros caem para pessoas físicas, mas sobem para empresas

Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas alcançou 22,9% ao ano em setembro de 2023. Isso representa uma alta de 0,4 p.p. na comparação com o mês anterior, quando a taxa ficou em 22,5% ao ano. Esse é o maior patamar desde julho deste ano (23% ao ano).

Por outro lado, os juros médios cobrados nas operações com pessoa física caíram 0,5 p.p. no mês passado. Apesar da queda, os juros bancários são muito maiores para pessoas físicas do que para empresas. Com o recuo de setembro, a taxa média dos juros atingiu 57,3% ao ano, valor mais de duas vezes superior à taxa de operações com empresas.

Seja com for, os juros bancários cresceram nos últimos tempos no país devido ao aumento da taxa Selic. Isso porque o BC elevou em 12 vezes consecutivas a taxa Selic, entre março de 2021 e agosto de 2022. Essa foi a maior sequência de elevações da taxa Selic em 23 anos.

Para quem não sabe, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação no país. A Selic elevada impulsiona os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. Assim, a inflação também tende a cair, pois a demanda fica enfraquecida.

Taxa média dos juros para pessoas físicas é 2,5 vezes maior do que para empresas
Taxa média dos juros para pessoas físicas é 2,5 vezes maior do que para empresas. Imagem: Pixabay.

BC reduz taxa Selic

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira. Com isso, a taxa Selic passou de 12,75% para 12,25% ao ano.

Vale destacar que a Selic afeta os juros praticados no país. Assim, quando ela sobe, puxa consigo os juros de diversos setores, como o bancário e o imobiliário. Com isso, o consumidor se vê obrigado a modificar seus hábitos, reduzindo o consumo, e, consequentemente, desacelerando a atividade econômica do país.

Apesar das recentes reduções da Selic, e da provável manutenção desses cortes nas próximas reuniões do Copom, os juros continuam em nível elevado no país. Por isso, o mais indicado é esperar por mais reduções da taxa Selic, ao longo dos meses, para adquirir bens ou serviços afetados diretamente pelos juros elevados.

Juros no rotativo do cartão

O BC também revelou que a taxa média de juros cobrada pelos bancos em relação ao cartão de crédito rotativo caiu 4,4 pontos percentuais. A saber, as pessoas que recorreram a essa modalidade enfrentaram juros de 441,1% ao ano em setembro, ante uma taxa de 445,5% no mês anterior.

Em síntese, esse é o menor patamar alcançado pelo segmento desde julho deste ano. Como o rotativo é a linha de crédito mais cara do mercado, os analistas recomendam que o consumidor a evite, seja qual for a situação em que estiver.

A propósito, o rotativo é a linha de crédito pré-aprovada no cartão, o que facilita o seu uso pelas pessoas. Além disso, o rotativo inclui saques feitos na função crédito do meio de pagamento. Contudo, esses benefícios não compensam os juros, que são extremamente altos.

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