Câmara dos Deputados aprova Projeto de Lei para regulamentar o Desenrola e limitar os juros do rotativo

Recentemente, a Câmara dos Deputados tomou uma decisão crucial que afetará diretamente a vida financeira dos brasileiros. Com uma votação expressiva de 360 votos a favor e apenas 18 contra, foi aprovada a urgência de um projeto de lei (PL) que visa regulamentar o programa Desenrola e limitar os juros do rotativo dos cartões de crédito.

Câmara dos Deputados aprova Projeto de Lei para regulamentar o Desenrola e limitar os juros do rotativo

Esta decisão representa um passo importante na busca por soluções para a alta carga de juros que tem pesado sobre os ombros dos consumidores brasileiros.

A incerteza da votação

Inicialmente, havia incertezas sobre a votação do projeto devido ao feriado de 7 de setembro. No entanto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tomou a iniciativa de editar um ato que tornou obrigatória a participação presencial dos parlamentares, garantindo assim o quórum necessário para a votação. Essa medida foi fundamental para que o projeto pudesse avançar no processo legislativo.

Programa Desenrola

Além de limitar os juros do rotativo dos cartões de crédito, o projeto também aborda o programa Desenrola, lançado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o objetivo de renegociar dívidas.

Em suma, a ideia por trás do programa é que o setor financeiro elabore uma proposta de regulamentação sobre o assunto em um prazo de 90 dias, contados a partir da sanção do projeto.

A avaliação do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central

Para que as medidas propostas pelo projeto se tornem efetivas, será necessário o aval do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central (BC). Assim, estes órgãos terão a responsabilidade de avaliar e implementar as mudanças necessárias para garantir que os juros do rotativo dos cartões de crédito sejam limitados.

“Congelamento” da dívida

Uma das disposições mais significativas do projeto é a seguinte: caso o setor financeiro não cumpra o prazo estipulado para a regulamentação, o valor total de juros e encargos financeiros cobrados não pode ultrapassar o montante original da dívida. Na prática, isso significa que a dívida ficará congelada, impedindo que os juros continuem a acumular de forma exorbitante.

A luta contra os juros abusivos

O relator do texto, o deputado Alencar Santana (PT-SP), destacou a necessidade de limitar os juros abusivos do rotativo dos cartões de crédito, que atingem uma média de 440% ao ano.

Dessa forma, esse valor, segundo ele, é insustentável e tem prejudicado inúmeras famílias brasileiras, que acabam se endividando cada vez mais, criando uma dívida que parece não ter fim. Isto posto, a votação favorável à urgência do projeto representa um passo importante na direção certa, na luta contra essas práticas financeiras prejudiciais.

Câmara dos Deputados aprova Projeto de Lei para regulamentar o Desenrola e limitar os juros do rotativo
Câmara dos Deputados aprova Projeto de Lei para regulamentar o Desenrola e limitar os juros do rotativo. Imagem: Canva

A taxa de juros exorbitante

Especialistas têm reiterado que os juros cobrados no rotativo dos cartões de crédito são verdadeiramente abusivos. Em junho, a taxa atingiu a impressionante marca de 440% ao ano, a mais alta do mercado financeiro. De acordo com o Banco Central (BC), isso equivale a uma taxa mensal de 15%, o que sobrecarrega ainda mais os consumidores.

A proposta do Banco Central

Em agosto, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, revelou que está avaliando a possibilidade de extinguir o sistema rotativo dos cartões de crédito. Em resumo, em seu lugar, seria proposto aos devedores um parcelamento do saldo devedor, com juros reduzidos, na ordem de cerca de 9% ao mês.

Atualmente, a taxa é de 15%, o que torna a quitação da dívida ainda mais desafiadora para os consumidores. Portanto, esse tipo de avaliação é muito importante para a economia do país em diversas modalidades e aspectos, pois impacta diretamente o poder de consumo do cidadão e o atual fluxo de oferta demanda.

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