Indicador de emprego tem menor nível desde agosto de 2020

De acordo com o divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), teve queda de 5,3 pontos de dezembro de 2021 para janeiro de 2022. Foi o terceiro recuo consecutivo. Ele chegou a 76,5 pontos, menor patamar desde agosto de 2020 (74,8 pontos). O Iaemp busca antecipar tendências do mercado de trabalho, com base em entrevistas feitas com consumidores e empresários da indústria e do setor de serviços.

De acordo com a nota divulgada pelo economista do Ibre/FGV, Rodolpho Tobler, no mês passado, “o Indicador Antecedente de Emprego voltou a cair em fevereiro, seguindo a tendência negativa dos últimos meses. Os últimos resultados sugerem que a recuperação do mercado de trabalho deve ser mais lenta do que a ocorrida em 2021”.

Tobler também informou que “o ambiente macroeconômico difícil e potenciais riscos de aumento da incerteza global não permitem vislumbrar uma mudança na trajetória do indicador no curto prazo”.

Renda do trabalhador

Além da queda no antecedente de emprego, durante a análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada no dia 31, foi possível observar que a renda habitual do trabalhador caiu 8,8% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

De acordo com a pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor passou de R$ 2.752 em fevereiro de 2021 para R$ 2.511 um ano depois.

Outro dado importante a respeito da pesquisa de renda do PNAD Contínua, informa que a taxa de desemprego no país atingiu 11,2% no período. Além disso, o número de desempregados no Brasil já chega a 12 milhões de pessoas.  Mesmo com a taxa de desocupação recuou 3,4 pontos percentuais em 1 ano, o que representa 2,9 milhões de pessoas desempregadas a menos no período.

Queda de emprego no mês de janeiro.

Todos os componentes tiveram queda em janeiro. O principal destaque negativo foi o indicador de situação atual dos negócios da indústria, que contribuiu com -1,6 ponto para a queda de 5,3 pontos do Iaemp. Também tiveram recuos relevantes a tendência dos negócios nos próximos seis meses e as intenções de contratação nos próximos três meses do setor de serviços, que contribuíram com -1 e -0,9 ponto, respectivamente.

“A piora mais acentuada no início de 2022 decorre da combinação da desaceleração econômica iniciada no quarto trimestre com o surto de Ômicron e Influenza, o que afeta principalmente o setor de serviços, que é o maior empregador, tornando no curto prazo difícil vislumbrar uma alteração no curso do indicador”, disse o pesquisador Rodolpho Tobler, em nota divulgada pela FGV.

Piora no antecedente de emprego em fevereiro.

No mês de fevereiro, todos os componentes do IAEmp contribuíram negativamente para o resultado, exceto o indicador que mede a Situação Atual dos Negócios no setor de Serviços, cuja contribuição foi de 0,5 ponto.

Segundo o Ibre/FGV, o principal destaque negativo foi o indicador de Situação Atual dos Negócios da Indústria, que reduziu 1,0 ponto a variação do IAEmp no mês. Além disso, os indicadores que medem a Tendência dos Negócios nos próximos seis meses e as intenções de contratação nos próximos três meses (Emprego Previsto), ambos no setor de Serviços, contribuíram -0,3 e -0,3 ponto, respectivamente para a variação do indicador.

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