Economia brasileira ENCOLHE 2,0% em maio, revela Banco Central

economia brasileira encolheu 2% em maio deste ano, na comparação com o mês anterior. Esse dado se refere ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é realizado pelo Banco Central (BC) e foi divulgado nesta semana. Aliás, essa foi a queda mais expressiva do IBC-Br desde março de 2021 (-3,6%), ou seja, em mais de dois anos.

Em resumo, a economia brasileira teve um forte tombo no quinto mês deste ano, após registrar um crescimento robusto nos primeiros meses do governo Lula. Ainda assim, os dados de 2023 estão muito expressivos, ainda mais quando comparados aos últimos meses de 2022, no final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Veja mais detalhes do desempenho do IBC-Br

Em 2023, o IBC-Br vem registrando mais taxas positivas do que negativas. O resultado é bem diferente do observado nos últimos meses de 2022, quando as quedas predominaram.

Veja o desempenho da economia brasileira nos últimos meses, em comparação ao mês imediatamente anterior:

  • Agosto de 2022: -1,43%;
  • Setembro de 2022: -0,24%;
  • Outubro de 2022: -0,27%
  • Novembro de 2022: -1,26%
  • Dezembro de 2022: +0,79%
  • Janeiro de 2023: +0,68%
  • Fevereiro de 2023: +2,64%
  • Março de 2023: -0,14%
  • Abril de 2023: +0,56%;
  • Maio de 2023: -2,00%.

Todos esses números passaram por um ajuste sazonal para que houvesse “compensação” em relação aos períodos diferentes. Dessa forma, os dados conseguem refletir a realidade da variação econômica do país, com dados ajustados e não apenas nominais, conforme as taxas inflacionárias de cada período.

A base comparativa enfraquecida ajudou a atividade econômica do país a registrar bons resultados nos primeiros meses de 2023, e o resultado de maio, que ficou negativo, também foi afetado pela forte base comparativa.

Cabe salientar que o indicador do BC é considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O índice funciona como um sinalizador do que realmente está por vir em relação à atividade econômica do país.

Economia brasileira cresce na base anual

Embora tenha encolhido na base mensal, o desempenho da economia brasileira foi bastante expressivo na comparação anual. Em síntese, a atividade econômica do país cresceu 2,15% na comparação com maio de 2022. Isso mostra que os dados do início de 2022 foram mais fracos que os deste ano.

Inclusive, no ano passado, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, em comparação com 2021. Esse foi o terceiro avanço da atividade econômica nos últimos quatro anos. Veja abaixo o desempenho da economia brasileira entre 2019 e 2022, na comparação com o ano anterior:

  • 2019: +1,05%
  • 2020: -4,2%
  • 2021: +4,68%
  • 2022: +2,9%

Nos últimos quatro anos, o único resultado negativo foi registrado em 2020 devido à pandemia da covid-19, que afundou a economia global, levando as maiores nações do planeta a uma recessão econômica.

No Brasil, o tombo foi o maior desde 1996 e interrompeu uma sequência de três anos de crescimento, período em que a atividade econômica do país acumulou alta de 4,6%. Todavia, de lá para cá, o país vem conseguindo superar as dificuldades, e as projeções para o crescimento do PIB em 2023 estão cada vez mais otimistas.

No acumulado entre janeiro e maio de 2023, a economia brasileira cresceu 3,61%
No acumulado entre janeiro e maio de 2023, a economia brasileira cresceu 3,61%. (Imagem: Pixabay).

Projeções para a economia brasileira em 2023

Em síntese, o Banco Central divulga semanalmente o relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país. Para 2023, os analistas estimam que o PIB brasileiro deverá crescer 2,24%, taxa levemente menor que a de 2022.

Vale destacar que as projeções estavam pouco otimistas cerca de dois meses atrás. Em suma, os analistas do mercado financeiro estimavam que a economia iria crescer apenas 1,00% neste ano, ou seja, as projeções mais que dobraram em poucas semanas.

Ainda assim, a economia do país deverá sofrer uma desaceleração neste ano, em relação a 2022. E o principal fator para isso são os juros elevados, que reduzem significativamente o consumo no país.

Juros elevados limitam crescimento econômico

Em maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve pela sétima vez consecutiva a taxa Selic estável em 13,75% ao ano. Esse é o maior patamar dos juros no país desde novembro de 2016, ou seja, em mais de seis anos e meio.

Para quem não sabe, a Selic é o principal instrumento do Banco Central para conter a alta dos preços de bens e serviços, a temida inflação. Quanto mais alta a Selic, mais altos ficam os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.

A propósito, a inflação estourou a meta no ano passado. Em outras palavras, os preços de bens e serviços subiram mais do que deveriam no país. Isso também é esperado para este ano, apesar da manutenção dos juros em patamar elevado, o que vem provocando críticas recorrentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entenda o indicador do BC

O IBC-Br é uma ‘prévia’ do PIB que avalia a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o BC na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.

Na prática, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos três setores econômicos do país:

  • Indústria;
  • Comércio e serviços;
  • Agropecuária.

Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.

O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informa os dados oficiais da economia brasileira.

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