Veja o Salário mínimo IDEAL do Brasil em agosto; valor surpreende

Os trabalhadores do Brasil tiveram uma grande surpresa com o rendimento que deveriam ter recebido em agosto deste ano. De acordo com o levantamento mais recente divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.389,72 no mês.

Esse valor é um verdadeiro sonho para milhões de trabalhadores do país que recebem bem menos que isso todos os meses. Em resumo, o valor projetado pelo Dieese é 4,84 vezes maior que o salário mínimo vigente no país (R$ 1.320).

Aliás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o salário mínimo para R$ 1.320 no dia 1º de maio. Esse reajuste aconteceu após muitas discussões, com a equipe econômica sendo contrária ao aumento, mas a ala política apoiando a alta. No entanto, o piso ainda está bem longe do ideal, segundo o Dieese.

Essas estimativas mostram as dificuldades que os trabalhadores do país enfrentam todos os meses. Isso porque a remuneração deveria ser capaz de suprir todas as necessidades básicas dos trabalhadores e suas famílias, englobando alimentação, saúde, educação e lazer, entre outros.

Entretanto, o salário mínimo do Brasil continua bem menor do que deveria. Portanto, as famílias do país que recebem o piso salarial sofrem para viver dignamente, uma vez que o valor do salário não é capaz de suprir as necessidades básicas da população brasileira.

Salário mínimo ideal x cesta básica

A saber, o Dieese divulga mensalmente uma pesquisa sobre as variações dos preços dos itens que compõem a cesta básica. A partir destes dados, a entidade calcula o salário mínimo ideal do país, levando em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês.

De acordo com a entidade, o salário mínimo ideal do Brasil seria aquele capaz de suprir as necessidades da população. Para definir qual seria o valor ideal para os trabalhadores do país as estimativas consideraram a cesta básica do estado de Porto Alegre, que foi a mais cara no mês passado.

Em síntese, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.

Aliás, desde 1938 há uma lista que define os alimentos essenciais para a sobrevivência de uma família. Essa lista é composta por 13 itens básicos e possui regulamentação devido a um decreto. Confira abaixo quais são os itens:

  1. Carne;
  2. Leite;
  3. Feijão;
  4. Arroz;
  5. Farinha;
  6. Batata;
  7. Legumes;
  8. Pão;
  9. Café;
  10. Frutas;
  11. Açúcar;
  12. Óleo;
  13. Manteiga.

Trabalhador compromete mais da metade do salário

O levantamento do Dieese considerou a cesta básica mais cara do país em agosto para estimar qual deveria ser o salário mínimo do país. No mês passado, Porto Alegre teve a cesta mais cara, custando R$ 760,59. A propósito, a cesta básica ficou mais barata em 16 das 17 capitais pesquisados em agosto.

A pesquisa comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido. Nesse caso, o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Assim, o valor da cesta básica correspondeu a 57,6% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.320).

Em outras palavras, o trabalhador que recebeu o piso nacional em agosto, e morava em Porto Alegre, gastou bem mais da metade da sua renda para adquirir uma cesta básica.

Cesta básica consome mais de 100 horas de trabalho

Além disso, a pesquisa também mostrou o tempo médio necessário para que um trabalhador de Porto Alegre adquirisse produtos da cesta básica. A saber, os profissionais do estado precisaram trabalhar 126 horas e 46 minutos em agosto para comprar os produtos.

A média nacional também ficou bastante elevada no mês passado. Contudo, o tempo a ser trabalhado no Brasil, em geral, não foi tão elevado quanto o de Porto Alegre, chegando a 109 horas e 01 minutos. Inclusive, esse valor ficou abaixo do estado gaúcho porque os demais locais pesquisados tiveram cestas básicas mais baratas, puxando a média nacional para baixo.

Por falar nisso, segundo os dados do Dieese, a cesta básica mais barata do país foi a de Aracaju (R$ 542,67). Se essa tivesse sido a cesta básica mais cara do país em agosto, o salário mínimo deveria ter sido R$ 4.558,97, valor 28,6% menor que o salário estimado em relação a Porto Alegre, porém, ainda bem maior que o piso nacional vigente.

Por fim, em Aracaju, o trabalhador precisou trabalhar 90 horas e 26 minutos em agosto para adquirir uma cesta básica. Em resumo, a pessoa que morava na capital sergipana trabalhou 36 horas e 20 minutos a menos do que em Porto Alegre para comprar essa mesma cesta básica.

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