Preço da CESTA BÁSICA cai em agosto e brasileiros fazem festa

A semana está chegando ao fim com uma grande notícia para os brasileiros. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica ficou mais barata em 16 das 17 capitais pesquisadas em agosto de 2023.

Isso quer dizer que boa parte dos consumidores pagaram um pouco mais barato para adquirir itens da cesta básica nos supermercados no mês passado. Aliás, o resultado é melhor que o observado nos últimos meses, quando os valores caíram em menos capitais.

O único avanço foi registrado em Brasília, mas a alta foi bem tímida, ou seja, não deve ter sido sentida pela maioria dos consumidores. Por outro lado, os 16 locais restantes tiveram queda nos preços, para alívio dos consumidores.

Confira as variações em todos os locais pesquisados em agosto:

Unidade FederativaVariação
Brasília0,35%
Florianópolis-0,36%
Curitiba-0,75%
Aracaju-0,83%
Campo Grande-0,95%
Belo Horizonte-1,04%
Belém-1,59%
Recife-2,02%
Vitória-2,03%
Rio de Janeiro-2,08%
Porto Alegre-2,13%
Goiânia-2,46%
João Pessoa-2,79%
São Paulo-2,79%
Fortaleza-2,85%
Salvador-3,39%
Natal-5,29%

Cesta básica mais cara do país

Com o acréscimo das variações de agosto, a cesta básica de Porto Alegre continuou na primeira posição, sendo a mais cara do país. Em síntese, os moradores da capital gaúcha tiveram que desembolsar R$ 760,59 no mês passado para adquirir uma cesta básica na região.

Esse valor correspondeu a 57,6% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.320) em agosto. Assim, o trabalhador que recebia o piso nacional no mês passado, e morava em Porto Alegre, gastou muito para adquirir uma cesta básica.

Por esta razão, milhares de pessoas são obrigadas a reduzirem os custos com as demais despesas. Como sobra pouco do salário para que os consumidores utilizem em outra coisa, não tem como aumentar o consumo. Inclusive, muitos itens e serviços importantes se encaixam nessa “sobra”, como contas de luz e água, aluguel, prestação de casa e carnês de loja.

Cabe salientar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o salário mínimo no país no dia 1º de maio, para R$ 1.320. Até abril, o piso nacional salarial era de R$ 1.302. Caso esse valor continuasse em vigor, a cesta básica de Porto Alegre corresponderia a 58,4% do salário mínimo.

Em junho, São Paulo havia tido a cesta básica mais cara do país. Isso mudou em julho por causa das variações registradas, com Porto Alegre tendo a maior alta mensal, enquanto o valor em São Paulo caiu no mês. Já em agosto, os preços da cesta básica caíram em ambos os locais.

Porto Alegre teve a cesta básica mais cara do país pelo segundo mês seguido
Porto Alegre teve a cesta básica mais cara do país pelo segundo mês seguido. Imagem: Pixabay.

Salário mínimo ideal surpreende

O Dieese não revelou apenas a variação nos preços da cesta básica em agosto de 2023. A entidade também estimou qual seria o salário mínimo ideal do Brasil. Para isso, levou em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês passado, que foi a de Porto Alegre.

Nesse caso, o piso salarial deveria ter sido de R$ 6.389,72 em agosto, valor 4,84 vezes maior que o salário mínimo vigente no país. Em agosto de 2022, o mínimo necessário deveria ter sido de R$ 6.298,91, valor 5,20 vezes superior ao piso que vigorava na época (R$ 1.212).

A pesquisa também mostrou que para um trabalhador atuante em Porto Alegre conseguisse adquirir produtos da cesta básica foi necessário um tempo médio laboral de 126 horas e 46 minutos em agosto.

Embora a média nacional também tenha ficado bastante elevada no mês passado, não chegou ao mesmo patamar que o de Porto Alegre. Segundo o Dieese, o tempo a ser trabalhado no país para adquirir uma cesta básica em agosto foi de 109 horas e 01 minutos, tempo inferior ao de julho (111 horas e 08 minutos).

Em resumo, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.

Ainda vale destacar que o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Dessa forma, conseguiu chegar a um valor bastante aproximado do necessário para as pessoas terem uma vida digna no país.

Descubra qual capital teve a cesta básica mais barata

Ainda considerando o levantamento do Dieese, confira quais foram os locais que apresentaram os menores valores do país em relação à cesta básica de agosto, ficando bem abaixo do observado em Porto Alegre:

Unidade FederativaPreço da Cesta Básica
Porto AlegreR$ 760,59
São PauloR$ 748,47
FlorianópolisR$ 743,94
Rio de JaneiroR$ 722,78
Campo GrandeR$ 691,70
BrasíliaR$ 689,98
CuritibaR$ 685,13
VitóriaR$ 660,88
Belo HorizonteR$ 646,02
FortalezaR$ 642,68
GoiâniaR$ 641,53
BelémR$ 640,11
NatalR$ 581,18
RecifeR$ 580,72
SalvadorR$ 575,81
João PessoaR$ 565,07
AracajuR$ 542,67

No caso de Aracaju, que teve a cesta básica mais barata do país em agosto, assim como vem acontecendo nos últimos meses, o valor dos alimentos básicos comprometeu 41,1% do salário mínimo, taxa bem menor que a de Porto Alegre, mas ainda bastante elevada. Aliás, essa não foi a única diferença entre estes locais.

Quem estava morando em Aracaju em agosto precisou trabalhar 90 horas e 26 minutos para adquirir uma cesta básica. A saber, em Porto Alegre, a pessoa precisou trabalhar 36 horas e 20 minutos a mais para comprar os mesmos produtos no mês, em relação a Aracaju.

Por fim, caso a cesta básica de Aracaju fosse a mais cara do país, sendo utilizada pelo Dieese para determinar o salário mínimo ideal, os brasileiros deveriam ter um piso de R$ 4.558,97, valor 28,6% menor que o mínimo ideal em comparação à cesta de Porto Alegre.

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