Governo define regras de taxação de empresas internacionais. Veja o que muda para quem compra na SHEIN e outros sites

Por meio de portaria publicada nesta sexta (30), Governo definiu novas regras de taxação de empresas como Shein

Depois de uma série de polêmicas envolvendo a taxação de empresas internacionais, o Governo Federal decidiu publicar uma portaria definitiva com as novas normas do processo. O documento foi oficialmente publicado no Diário Oficial da União (DOU) na manhã desta sexta-feira (30). As novas regras, no entanto, começam a valer apenas a partir de agosto.

Em regra geral, o Ministério da Fazenda decidiu deixar de cobrar impostos para compras de até US$ 50 que são enviadas de pessoas jurídicas para pessoas físicas. Contudo, para que a empresa tenha direito ao processo de isenção será necessário que ela cumpra alguns critérios básicos e assine o chamado plano de conformidade.

Como funciona até aqui

Atualmente, as regras brasileiras estabelecem que todas as compras de importados sejam taxadas, independente do preço. A ideia de isentar produtos que custavam menos de US$ 50 era válida apenas para os envios que eram feitos de pessoas físicas para pessoas físicas. Empresas não podiam, portanto, se valer desta norma para não pagar impostos.

Como vai funcionar a partir de agosto

A partir de agosto deste ano, as empresas também poderão se valer desta regra. Assim, elas também terão isenção para o envio de importados de até US$ 50. Contudo, para ter este benefício, elas terão que assinar o chamado plano de conformidade e também terão que pagar outros impostos, como o ICMS, uma tributação de caráter estadual.

Governo define regras de taxação da Shein. Veja o que muda na prática
Novas regras já foram oficialmente publicadas. Imagem: Divulgação/ Shein

As regras

As empresas internacionais e nacionais que aderirem ao plano de conformidade terão que seguir uma série de regras. Abaixo, você pode conferir algumas delas:

  • fazer o repasse dos impostos cobrados;
  • detalhar para o consumidor informações sobre os valores de impostos, tarifas postais e demais despesas;
  • colocar no pacote enviado ao consumidor de maneira visível, no campo do remetente, a marca e o nome da empresa em questão;
  • realizar o combate ao descaminho e contrabando.

Segundo a portaria publicada nesta sexta-feira (30), a Secretaria Especial da Receita Federal vai trabalhar na elaboração de relatórios bimestrais para entender como anda a adesão, além de apontar os resultados obtidos e propor uma alteração na alíquota, se houver necessidade de mudança.

A polêmica taxação da Shein

Em abril deste ano, o Governo Federal se envolveu em uma grande polêmica com a Shein, e com outras empresas de e-commerce internacionais como Shopee e AliExpresss. O processo de taxação acabou tendo repercussão também nas redes sociais. Relembre:

  • A decisão inicial

Como dito, hoje existe uma isenção para envios de produtos que custam menos de US$ 50 apenas de pessoas físicas para pessoas também físicas. Contudo, o Ministério da Fazenda avalia que empresas como Shein e Shopee estariam se usando desta regra para se passarem por pessoas físicas e não pagarem o imposto devido. Assim, a pasta decidiu acabar com a isenção para todo mundo, para que as empresas não pudessem mais burlar o sistema.

  • O recuo

Entretanto, o anúncio do fim da isenção para pessoas físicas repercutiu negativamente nas redes sociais e nas ruas, sobretudo porque empresas como Shein estão se tornando cada vez mais populares no Brasil, e muita gente passou a ter medo de um aumento dos preços. Por causa da repercussão, o Ministério voltou atrás e decidiu manter a isenção para pessoas físicas.

  • A taxação

Mas a decisão de manter este tipo de isenção não significou que o Governo Federal desistiu da taxação. Ainda há o desejo de taxar estas empresas de alguma forma. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) foi pressionado por varejistas brasileiras para tomar uma decisão o quanto antes. A solução encontrada foi justamente este plano de conformidade.

Com a decisão, é provável que os preços de produtos de empresas como Shein e Shopee passem a ficar mais caros, justamente por causa do aumento da incidência de impostos do Governo Federal e também dos governos dos estados.

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