Estudantes em vulnerabilidade não recebem apoio em 40% dos países pobres na pandemia, aponta UNESCO
Relatório de Monitoramento Global da Educação (2020) revela que estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica não recebem suporte em países mais pobres desde o início da pandemia.
A pandemia da COVID-19 causou e segue causando muitos danos às atividades de diversas áreas em muitos países. A educação foi uma das áreas mais afetadas ao redor do mundo.
O Relatório de Monitoramento Global da Educação (Relatório GEM), de 2020, revelou dados que apontam o agravamento da exclusão de estudantes em países mais pobres durante a pandemia.
Mais de 90% dos estudantes foram afetados pelo fechamento das instituições de ensino ao redor do mudo, conforme relatório.
O documento foi divulgado na última terça-feira (23), pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e aponta que cerca de 40% dos países mais pobres não prestam suporte aos estudantes que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica, aumentando a exclusão.
Realizado em todo o mundo, o monitoramento aponta que menos de 10% dos países possuem políticas de inclusão para estudantes mais vulneráveis.
Fatores de Exclusão
Os fatores de exclusão foram analisados nos sistemas educacionais de 209 países. Estes fatores envolvem pobreza, idade, gênero, orientação sexual, identidade de gênero, local de moradia, língua, indigeneidade, etnia, deficiência, entre outros.
O Relatório GEM 2020 expõe desigualdade: estudantes em boa situação financeira puderam dar continuidade aos estudos, pois possuem computadores e acesso à internet. Já os estudantes de baixa-renda estão completamente desconectados e sem poder estudar.
Portadores de deficiências, meninas, imigrantes e minorias étnicas são os que mais sofrem com a desigualdade nos sistemas de ensino.
Segundo diretora geral da UNESCO, Audrey Azoulay, a educação inclusiva é um passo urgente para lidar com os desafios do nosso tempo. Azoulay conclui que:
“Repensar o futuro da educação é ainda mais importante após a pandemia da COVID-19, que ampliou ainda mais e destacou as desigualdades. A inação prejudicará o progresso das sociedades.”
Ainda no relatório, a UNESCO pede que, ao reabrirem as escolas, os países se responsabilizem pelos estudantes que foram excluídos durante o período da pandemia. Este seria um passo em direção a uma sociedade mais igualitária.
O relatório traz ainda outros dados sobre a educação nos países que podem ser conferidos na plataforma da UNESCO, na qual a organização publicou e disponibilizou integralmente o Relatório GEM.
Fonte: UNESCO.