O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira (13) os dados referentes à inflação oficial para famílias brasileiras no mês de novembro. A pesquisa revela que, mantendo a tendência dos últimos cinco meses, a inflação para famílias de renda mais baixa permaneceu inferior àquela registrada entre as famílias de renda mais alta.
Segundo o Ipea, em novembro, a inflação para as famílias classificadas como muito baixa, baixa e média-baixa experimentou um aumento, passando de 0,13% em outubro para 0,20% no último mês. Já entre as famílias de renda média, a variação foi mais discreta, saindo de 0,22% para 0,23%.
Inflação para famílias com diferentes rendas
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou, nesta quarta-feira, que o segmento de “alimentos e bebidas” foi o principal protagonista do impacto inflacionário nas classes de renda mais baixa durante o mês de novembro. De acordo com os dados apresentados, diversos produtos essenciais sofreram aumentos expressivos, contribuindo para a elevação dos índices inflacionários.
O arroz apresentou uma alta de 3,7%, seguido pelo feijão-preto, que registrou um aumento de 4,2%. A batata, por sua vez, teve uma elevação de 8,8%, enquanto a cebola surpreendeu com um aumento de 26,6%.
No que diz respeito às proteínas, as carnes apresentaram um aumento de 1,4%, e as aves e ovos também tiveram uma pequena alta de 0,53%. Esses números refletem os desafios enfrentados pelas famílias de renda mais baixa, que se deparam com a escalada dos preços de itens essenciais na cesta básica.
Despesas com habitação
O Ipea informou também que os gastos com habitação foram um fator determinante na pressão sobre o orçamento das famílias de renda mais baixa no mês de novembro. Esse impacto foi impulsionado, sobretudo, pelo aumento de 1,1% nas tarifas de energia elétrica.
A elevação nos custos relacionados à habitação representa um desafio adicional para as famílias com renda mais baixa, que já enfrentam pressões inflacionárias em outros setores, como alimentos. O aumento nas tarifas de energia elétrica contribui para a complexidade do cenário econômico enfrentado por essas famílias, que buscam equilibrar seus orçamentos em meio a essas adversidades.
Por outro lado, as famílias com renda mais alta experimentaram um impacto distinto da inflação em novembro. O setor de transporte foi um dos responsáveis, com um considerável aumento de 19,1% nos preços das passagens aéreas. Além disso, os planos de saúde também registraram uma elevação de 0,76%, contribuindo para a pressão inflacionária desta parcela da sociedade.
Inflação acumulada em 12 meses
Conforme a análise do Ipea, a inflação acumulada para famílias com renda muito baixa atingiu 3,38%, enquanto para as de renda baixa alcançou 3,85%. O cenário se intensifica nas faixas de renda média baixa, média e média-alta, registrando, respectivamente, 4,40%, 4,93% e 5,24%. As famílias de renda alta enfrentaram a maior pressão inflacionária, com uma taxa acumulada de 6,09% nos últimos 12 meses.
A análise da inflação é realizada por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Ipea utiliza esses dados do IBGE para realizar a segmentação da inflação por faixa de renda, oferecendo uma visão mais detalhada dos impactos econômicos sobre a sociedade.