Inflação ACELERA em novembro, pressionada pela alta nos preços dos alimentos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCAsubiu 0,28% em novembro, acelerando  em relação ao mês anterior, quando a taxa avançou 0,24%. A propósito, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.

O resultado veio levemente abaixo do esperado pelos analistas do mercado financeiro, cuja média das projeções apontava para uma alta de 0,29% em novembro. Isso aconteceu porque a maioria dos grupos pesquisados apresentou variações tímidas no mês, ou seja, os preços não subiram de maneira significativa.

Com o acréscimo do resultado de novembro, a variação acumulada pelo IPCA nos últimos 12 meses perdeu força, passando de 4,82% para 4,68%. Com isso, voltou a ficar dentro do limite superior definido para a inflação deste ano, de 4,75%.

Caso o resultado de dezembro se mantenha nesse patamar, a inflação ficará dentro na meta em 2023, após dois anos consecutivos de estouro no Brasil.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela pesquisa, divulgou os dados nesta terça-feira (12).

O que é inflação?

O termo inflação se refere ao aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia. Assim, quando a taxa inflacionária sobe, o dinheiro passa a comprar menos bens e contratar menos serviços, pois o aumento da inflação reduz o poder de compra do consumidor.

No entanto, quando ocorre o contrário, tem-se deflação. Este termo se refere à redução nos preços de produtos e serviços no país. Em 2023, apenas junho registrou deflação. Nos demais meses, os preços só fizeram subir no Brasil.

Cabe salientar que alguns analistas afirmam que deflação só ocorre quando a queda dos preços fica generalizada. Quando isso não ocorre, eles entendem o resultado apenas como uma queda da inflação, e não deflação em si.

De todo modo, o principal objetivo do IPCA é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos”, segundo o IBGE.

Preços dos alimentos disparam e pressionam inflação

O IBGE revelou que seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta em seus preços em novembro, indicando uma alta menos disseminada dos preços do que em outubro, quando oito grupos tiveram valores mais altos.

Em suma, o destaque em novembro foi o grupo alimentação e bebidas, cujos preços subiram 0,63%, acelerando em relação a outubro (0,31%). Com isso, o grupo exerceu um impacto de 0,13 ponto percentual (p.p.) no IPCA do mês passado, respondendo por quase metade da inflação no período.

Veja as altas mais importantes registradas em novembro entre os alimentos:

“As temperaturas mais altas e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país são fatores que influenciam a colheita de alimentos, principalmente os mais sensíveis ao clima, como é o caso dos tubérculos, dos legumes e das hortaliças”, explicou o gerente da pesquisa, André Almeida.

Por outro lado, os três itens que tiveram os principais recuos de novembro foram tomate (-6,69%), cenoura (-5,66%) e leite longa vida (-0,58%). Entretanto, os recuos não impediram a alta dos preços no grupo alimentação no mês passado.

Alimentos ficam mais caros em novembro e pressionam inflação no Brasil
Alimentos ficam mais caros em novembro e pressionam inflação no Brasil. Imagem: Agência Brasil.

Preços de habitação e transportes também sobem

Os preços do grupo habitação aceleraram fortemente entre outubro e novembro (0,02% para 0,48%), impactando a inflação em 0,07 p.p. A alta nos preços da energia elétrica residencial (1,07%) impulsionou o IPCA, pressionada pelos reajustes em Goiânia (6,13%), Brasília (4,02%), São Paulo (2,80%) e Porto Alegre (0,91%).

No grupo, os preços da taxa de água e esgoto subiram 1,02%, influenciada pelos reajustes registrados em Fortaleza (14,43%) e Rio de Janeiro (13,41%). Da mesma forma, os preços do gás encanado subiram em novembro (0,29%), pressionado pelo reajuste observado no Rio de Janeiro (0,94%).

Por sua vez, os preços do grupo transportes desaceleraram no mês (0,35% para 0,27%), influenciando a inflação no Brasil em 0,06 p.p. O item passagem aérea exerceu novamente o maior impacto no grupo ao ficar 19,12% mais caro.

Por outro lado, o preço dos combustíveis caiu 1,58% no mês, puxado para baixo pelas quedas nos preços da gasolina (-1,69%) e do etanol (-1,86%). Já o diesel e o gás veicular ficaram mais caros em novembro, subindo 0,87% e 0,05%, respectivamente.

Veja a variação dos grupos do IPCA em novembro

Os grupos transportes e alimentação e bebida tiveram os maiores impactos no IPCA em outubro, mas foi o grupo artigos de residência que apresentaram a maior alta dos preços no mês. Confira abaixo a variação registrada por todos os nove grupos em novembro:

  • Alimentação e bebida: 0,63%;
  • Despesas pessoais: 0,58%;
  • Habitação: 0,48%;
  • Transportes: 0,27%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,08%;
  • Educação: 0,02%;
  • Vestuário: -0,35%;
  • Artigos de residência: -0,42%;
  • Comunicação: -0,50%.

Por fim, apenas três grupos registraram queda nos preços em novembro. Enquanto vestuário e comunicação impactaram a inflação em -0,02 p.p. no mês, o grupo artigos de residência influenciaram o IPCA em -0,01 p.p.

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