Queda no diesel pode reduzir preços dos alimentos?

Especialistas divergem sobre o impacto na redução dos preço do diesel para as distribuidoras. Veja o que se sabe

A Petrobras anunciou na manhã desta quinta-feira (7) que vai reduzir os preços médios do diesel que é vendido às distribuidoras brasileiras. Segundo as informações oficiais, a medida começa a valer já a partir desta sexta-feira (8). Não há previsão de mudanças para os demais combustíveis.

Mas afinal de contas, qual será o real impacto desta medida para os trabalhadores brasileiros? Como a redução anunciada pela Petrobras poderá afetar o seu bolso?

Impacto para os motoristas

Para os motoristas que usam carros movidos a diesel, o impacto é claro. Com a redução dos preços da Petrobras, naturalmente esta queda vai começar a ser sentida por estes trabalhadores. Foi o que disse a própria estatal por meio de nota.

“O preço médio do diesel A S10 nas bombas poderá atingir o valor de R$ 5,92 por litro, considerando que o Levantamento de Preços de Combustíveis da ANP para a semana de 26/11 a 02/12/2023 indicou um valor médio de R$ 6,16 por litro”, disse a Petrobras por meio da nota de anúncio.

Impacto nos preços dos alimentos

Já quando se analisa os impactos da redução nos preços dos alimentos que são vendidos na feira, não há um consenso. Especialistas se dividem sobre o que vai acontecer com a conta dos brasileiros no supermercado.

Lado A

De um lado, uma parte dos especialistas acredita que haverá um impacto claro na redução dos preços dos produtos nas prateleiras. Eles argumentam que a nossa matriz de transporte é essencialmente rodoviária, ou seja, feita por caminhões, que transportam estes produtos a diesel.

Se o preço deste combustível é reduzido, a formação do preço do frete também passa por uma mudança, o que pode fazer com que, no final das contas, o consumidor final seja beneficiado com preços mais baixos na feira neste final de ano.

Queda no diesel pode reduzir preços dos alimentos?
Parte dos especialistas acredita em impacto nos preços dos alimentos. Imagem: Valter Campanato/ Agência Brasil

Lado B

Mas existe uma segunda opinião nesta história. Uma outra ala de economistas acredita que nem mesmo esta redução no diesel anunciada pela Petrobras vai fazer muito efeito. Eles argumentam que as distribuidoras já deverão levar em consideração um novo aumento que está no horizonte.

O Ministério da Fazenda já sinalizou que o país vai não vai mais desonerar o diesel a partir de janeiro do próximo ano. Isso quer dizer que este combustível deve naturalmente ficar mais caro a partir de janeiro, segundo as projeções do governo federal.

Cobrança por redução nos combustíveis

Ainda em Dubai, onde participou da Conferência das Nações Unidas para mudanças climáticas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em entrevista que vai seguir pressionando a Petrobras por novas reduções nos preços dos combustíveis no Brasil.

De acordo com ele, o seu ministério respeita a Petrobras, mas não vai abrir mão de seguir pressionando a empresa por novas reduções. Há algumas semanas, Silveira vem defendendo aquilo que ele chamou de um “abrasileiramento” dos preços dos combustíveis no Brasil.

“Os preços dos combustíveis são extremamente dinâmicos. Eu estou aqui representando o Brasil desde quinta-feira. Eu quero chegar ao Brasil, ver exatamente as oscilações do petróleo que aconteceram nos últimos dias, observar a estabilidade do dólar…”

“O que não nos vai faltar em nenhum momento é a coragem de cobrar o tempo todo das nossas indústrias petroleiras no Brasil, de continuar fortalecendo o refino para que a gente possa ser cada vez mais independente das oscilações internacionais, e para que a gente chegue no combustível na bomba com os preços cada vez mais acessíveis ao consumidor”

“Eu acredito que nós temos que chegar no Brasil, sentar de novo, conversar sobre os preços. Essa será uma constante, não será uma novidade na relação do governo com a Petrobras porque isso é importante para o Brasil. Nós respeitamos a governança da empresa, mas nós não abriremos mão de defender o interesse nacional, que é ter preços competitivos para impulsionar a economia nacional”, completou o ministro.

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