Brasileiros com POUPANÇA acabam de receber notícia e se assustam

A caderneta de poupança teve uma retirada líquida de R$ 70,21 bilhões nos sete primeiros meses deste ano. Isso quer dizer que a quantidade de saques superou de maneira significativa as captações da caderneta entre janeiro e julho de 2023.

De acordo com o Banco Central (BC), responsável pela divulgação dos dados, essa foi a maior retirada líquida para esse período desde o início da série histórica, em 1995. Em resumo, isso aconteceu porque seis dos sete primeiros meses deste ano registraram saída líquida, ou seja, os saques superaram os depósitos.

Confira abaixo o volume de retirada da poupança em cada um dos meses de 2023:

  • Janeiro: R$ 33,63 bilhões;
  • Fevereiro: R$ 11,52 bilhões;
  • Março: R$ 6,08 bilhões;
  • Abril: R$ 6,25 bilhões;
  • Maio: R$ 11,75 bilhões;
  • Julho: R$ 3,58 bilhões.

A única exceção foi junho, cujos depósitos superaram os saques em 2,59 bilhões. Embora o resultado tenha sido bastante expressivo, não conseguiu reduzir o volume de recursos retirados da caderneta no acumulado de 2023.

Saques voltam a superar depósitos em julho

No mês passado, os brasileiros depositaram R$ 326,6 bilhões na poupança, mas as retiradas somaram R$ 330,2 bilhões. Isso quer dizer que houve uma saída líquida de R$ 3,58 bilhões em julho. Vale destacar que o resultado negativo sucedeu a primeira e única entrada líquida registrada em 2023.

Caso o ritmo de saques continue acelerado ao longo do ano, a retirada líquida em 2023 também deverá bater recorde anual, assim como aconteceu no acumulado dos sete primeiros meses.

Segundo o BC, a caderneta de poupança encerrou 2022 com uma retirada líquida recorde de R$ 103,237 bilhões. E os dados de 2023 podem ser ainda maiores, visto que os saques líquidos já superaram R$ 70 bilhões até julho deste ano.

Depósitos bateram recorde em 2020

Esses resultados são completamente diferentes do registrado em 2020. Aquele ano ficou marcado pela pandemia da covid-19, que afetou todo o mundo, afundando a economia global em uma recessão que não era vista há décadas.

Em 2020, a poupança registrou uma captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões. Os depósitos na caderneta nunca haviam superado os saques de maneira tão significativa quanto naquele ano.

Os principais fatores que contribuíram para o resultado foram a instabilidade no mercado de títulos públicos e o pagamento do auxílio emergencial. Como o governo disponibilizou valores bilionários a milhões de pessoas, e o depósito desse valor ocorria diretamente na caderneta de poupança, as captações dispararam no ano.

Retirada líquida bate recorde nos seis primeiros meses deste ano
Retirada líquida bate recorde nos seis primeiros meses deste ano. (Imagem: Pixabay).

Entenda a saída líquida da poupança em 2023

O recorde de retiradas líquidas acumulado nos sete primeiros meses de um ano não é uma surpresa. Os saques na caderneta de poupança vem batendo recorde a cada mês que passa, com o volume de saques superando significativamente o de depósitos no período.

O BC explicou que os saques líquidos da poupança nos primeiros meses do ano ocorrem devido ao aumento de despesas tradicionais, como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

Além disso, as famílias brasileiras também costumam gastar com matrícula e material escolar nos primeiros meses do ano. Isso sem contar que muitos consumidores acabam parcelando as compras do final do ano anterior, bem como os custos com viagens de férias.

Tudo isso ajuda a impulsionar os saques da caderneta, visto que as pessoas buscam recursos para honrar os compromissos que possuem. Com isso, há uma redução expressiva dos depósitos na caderneta, enquanto os saques aumentam, e isso explica a saída líquida recorde no primeiro semestre de 2023.

Juros mais baixos contribuem com os saques

Na semana passada, o Banco Central reduziu a taxa básica de juro da economia, a Selic, de 13,75% para 13,25% ao ano. Quanto mais baixos os juros, menor a rentabilidade da renda fixa, que engloba a caderneta de poupança. Esse é mais um motivo para os saques, que devem ser expressivos também em agosto.

O BC revelou que o volume total aplicado na poupança teve uma queda em julho, passando de R$ 972,9 bilhões para R$ 970,3 bilhões. Em síntese, a baixa rentabilidade da caderneta também ajuda a explicar a retirada líquida observada nos primeiros meses deste ano, apesar da melhora dos resultados.

Cabe salientar que as retiradas líquidas em janeiro e fevereiro foram bem maiores que as de março e abril. Entretanto, o valor voltou a subir em maio, ou seja, a expectativa de perda de ritmo não se confirmou.

Endividamento da população

O resultado anual reflete o cenário atual do Brasil. O BC revelou que o endividamento das famílias com bancos chegou a 48,8% em maio, no acumulado dos últimos 12 meses.

Além disso, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que 78,5% da população estava endividada no país em julho.

Por sua vez, a taxa de inadimplência atingiu 28,5% das famílias do país no mês passado. Em suma, há alguns fatores que propiciam o aumento da inadimplência entre os consumidores, como manter mais de um cartão de crédito e não se atentar à própria saúde financeira e às datas de pagamento das contas.

Diante desse cenário, muitas pessoas acabam sacando o dinheiro que têm guardado na poupança para pagar contas e se livrar das dívidas, ou pelo menos reduzi-las.

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