‘As próximas semanas serão muito duras’, diz Drauzio Varella sobre o avanço da Covid-19 no Brasil

Neste domingo (28), no programa Fantástico, da TV Globo, o médico Drauzio Varella fez um alerta para a grave situação da pandemia de Covid-19 no Brasil, que caminha para o colapso do sistema de saúde em diversos estados.

“No Brasil, que começa a vacinação sem ter doses em número suficiente, a epidemia nunca esteve tão agressiva. Nós estamos vivendo os piores momentos”, disse Drauzio.

Segundo o médico, a alta no número de casos de Covid-19 nos dois primeiros meses deste ano está diretamente ligada às reuniões e festas do final de 2020, além do período de carnaval no mês de fevereiro de 2021.

“Olha o que deu fazer aglomerações nos bares, nas festas clandestinas do fim de ano e no carnaval. Em várias cidades, morreu mais gente em dois meses, janeiro e fevereiro, do que no ano passado inteiro”, destaca Drauzio.

Drauzio aponta a falta de cuidados de parte da população como responsável pelo avanço da pandemia de Covid-19 no país, questionando se vale a pena não cumprir as medidas sanitárias e infectar ‘as pessoas mais frágeis da família’.

“Está certo levar o vírus para casa: infectar seus pais, seus avós e as pessoas mais frágeis da família, só porque você se recusa a usar máscara e a guardar distância dos outros?”, diz o médico.

Para Drauzio, no entanto, o pior momento da pandemia ainda está por vir. As UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo) estão lotadas em diversas capitais, beirando o colapso do sistema de saúde.

“As próximas semanas serão muito duras. Não se iluda: se sua mãe ficar doente, não encontrará vaga nas UTIs dos hospitais, públicos ou particulares. Como você vai se sentir se ela morrer de falta de ar numa cadeira da sala de espera?”, desabafa o médico.

UTI de Covid-19 lotada em 17 capitais do Brasil

A ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para Covid-19 está cima de 80% em 17 capitais do Brasil, segundo o Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado na sexta (26). É o pior nível de ocupação de UTIs desde o começo da pandemia.

Assim como Drauzio Varella, a Fiocruz aponta para a gravidade da pandemia de Covid-19 no Brasil, afirmando que a situação atual não pode ser normalizada.

“A gravidade deste cenário não pode ser naturalizada e nem tratada como um novo normal. Mais do que nunca urge combinar medidas amplas e envolvendo todos os setores da sociedade e integradas nos diferentes níveis de governo”, afirma o Observatório Covid-19 da Fiocruz.

As 17 capitais brasileiras em situação crítica são: Porto Velho (100,0%), Rio Branco (88,7%), Manaus (94,6%), Boa Vista (82,2%), Palmas (80,2%), São Luís (88,1%), Teresina (93,0%), Fortaleza (94,4%), Natal (89,0%), Recife (80,0%), Salvador (82,5%), Rio de Janeiro (85,0%), Curitiba (90,0%), Florianópolis (96,2%), Porto Alegre (84,0%), Campo Grande (85,5%) e Goiânia (94,4%).

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