A venda do comércio varejista apresentou queda em dezembro. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas recuaram 6,1% em dezembro de 2020, na comparação com novembro – sendo o segundo recuo mensal consecutivo.
O valor registrado foi a maior queda de toda a série histórica, iniciada em 2000. “Com o recuo de dezembro, as vendas do comércio varejista se igualaram ao patamar de fevereiro, período pré-pandemia”, informou o IBGE.
Por outro lado, em comparação com dezembro de 2019, o crescimento foi de 1,2% – essa foi a sexta vez consecutiva de alta nesta comparação ano a ano.
Veja como forma o patamar de vendar nos últimos anos:
- 2020: (+1,2%)
- 2019: (+1,8%)
- 2018: (+2,3%)
- 2017: (+2,1%)
- 2016: (-6,2%)
- 2015: (-4,3%)
- 2014: (+2,2%)
- 2013: (+4,3%)
- 2012: (+8,4%)
- 2011: (+6,7%)
- 2010 : (+10,9%)
Impacto da inflação e da redução do auxílio emergencial
Segunda a pesquisa pelo menos dois fatores impulsionaram o resultado no desemprenho do comércio: a redução do auxílio emergencial e também a inflação dos alimentos nos últimos meses.
Para Lisandra Barbero, economista da XP, em entrevista ao G1, também impulsionou a alta queda a “antecipação do consumo de bens semiduráveis e duráveis ??durante a pandemia, que reduziu as compras típicas de final de ano”.
Venda no comércio varejista: veja o desempenho em dezembro
- Combustíveis e lubrificantes: -1,5%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,3%
- Tecidos, vestuário e calçados: -13,3%
- Móveis e eletrodomésticos: -3,7%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -1,6%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -2,7%
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -6,8%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -13,8%
- Veículos, motos, partes e peças: -2,6% (varejo ampliado)
- Material de construção: -1,8% (varejo ampliado)
5 das 10 atividades fecham o ano em queda
No acumulado do ano passado, apenas 5 atividades apresentam alta. Com destaque para:
- material de construção (10,8%)
- móveis e eletrodomésticos (10,6%)
- artigos farmacêuticos (8,3%)
- supermercados (4,8%)
Já as maiores quedas restaram para:
- livros, jornais, revistas e papelaria (-30,6%)
- tecidos, vestuário e calçados (-22,7%)
O resultado negativo nestes dois setores, foi gerado, por exemplo, pela menor circulação de pessoas depois da pandemia, fechamento de lojas físicas e substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico.