Taxa de juros deve cair apenas no segundo semestre (entenda!)

Selic pode influenciar na economia do país

Com a inflação contida, neste início de ano, e o anúncio do Governo Federal sobre as novas regras fiscais, esperava-se que o Banco Central (BC) fosse reduzir os juros básicos da economia brasileira. No entanto, especialistas afirmam que o Comitê de Política Monetária (Copom) não deve reduzir tão cedo a taxa Selic. 

Todavia, a taxa Selic se encontra atualmente em 13,75% ao ano. Este é considerado o nível mais alto dos juros brasileiros desde o ano de 2017. Analistas financeiros estimam que não haverá nenhuma alteração até o segundo semestre deste ano. Economistas dizem que haverá uma redução dos juros só em setembro.

No entanto, o corte da taxa Selic pelo Banco Central não será tão expressivo. O Copom deve reduzir os juros básicos em apenas 0,25%. Dessa forma o índice passará de 13,75%, para 13,50% ao ano. Espera-se que até o final de 2023 haja mais duas reduções do Copom sobre a taxa, com os juros chegando a 12,5%.

De acordo com economistas, esta redução da taxa Selic no final do ano só será possível por causa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) que foi anunciado na semana passada. Analogamente, o mercado financeiro havia projetado uma alta da inflação mensal maior do que os 0,71% divulgados pelo IBGE.

Inflação contida

O mercado financeiro pode observar a inflação menor no mês passado com otimismo, o que pode resultar na redução da taxa Selic, visto que os juros básicos da economia brasileira, são muitas vezes utilizados para diminuir o índice de preços. A pressão inflacionária retornou à meta do Conselho Monetário Internacional (CMN).

Dessa maneira, essa meta estabelecida é de uma inflação anual de 3,25% com uma margem de 1,5 pontos, que pode ser de 1,75% ou de 4,75%. Desta forma, os economistas dizem que houve uma perda de força da pressão inflacionária, puxada principalmente por setores como os de serviços, por exemplo.

Ademais, o setor industrial também apresentou no período uma alta menor do que o mercado financeiro esperava. O Banco Central, no entanto, ainda espera e vê o futuro com um olhar mais conservador, para que possa então, tomar a decisão correta, sobre a taxa Selic e seus impactos na economia brasileira.

De fato, a taxa Selic é o instrumento que o governo tem de combater a inflação. A princípio, a alta dos juros da economia nacional, acabam influenciando os valores cobrados pelo crédito. Eles também reduzem o consumo da população, e faz com que haja uma procura por outros tipos de investimentos, atuando sobre a economia.

Decisões do Copom

Em síntese, o Copom deve levar em consideração para a sua política de juros as decisões do Governo Federal sobre o arcabouço fiscal e as metas da inflação para o ano, o que pode resultar em uma redução da taxa Selic. Houve uma alteração da meta inflacionária para 4,5% o que pode abrir espaço para uma diminuição da taxa.

Com este cenário à vista, especialistas dizem que pode ser que o Banco Central reduza os juros mais cedo. De fato, o presidente Lula (PT) vem já a algum tempo criticando as decisões do Copom dizendo que são incompreensíveis e que ele só não reduz os juros da economia porque o Banco Central é independente.

Não é só o governo que vem criticando a alta da taxa de juros, o setor industrial também tem lutado por uma redução da taxa Selic. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirma que a decisão do Banco Central é um equívoco. Aliás, para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ela trava o crescimento do Brasil.

Consequências dos juros altos

Apesar dos juros altos frear a inflação no país, a crítica de determinados setores da sociedade é que esta estratégia do Banco Central reduz o consumo nacional. Ela encarece o crédito, e faz com que as famílias brasileiras mudem de investimentos. Portanto, ela acaba afetando o Produto Interno Bruto (PIB).

Em conclusão, o Copom afirma que, para conter a inflação, pode aumentar ainda mais a taxa Selic. No entanto, o comitê diz que sua política monetária pode mudar se houver uma deflação, por exemplo. O mercado financeiro espera por uma retomada dos investimentos e do desenvolvimento econômico do país.  

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