Projeção de inflação para 2023 é mantida, mas crescimento do PIB pode passar de 2%

Projeção de inflação para 2023 é mantida, mas crescimento do PIB pode passar de 2%

Em relação à semana passada, pouca coisa mudou nas projeções para a inflação e para o PIB deste ano no Brasil

A novidade é que não há novidade. Esta foi a sensação dos economistas que tiveram acesso a nova edição do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (14). Analistas do mercado financeiro que foram consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram quase inalteradas as estimativas de inflação, de taxa de juros e do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2023.

Mesmo que o documento tenha vindo quase inalterado, o Governo Federal considera que as projeções são positivas, porque elas estão sendo feitas mesmo depois que a inflação de julho tenha vindo levemente acima do esperado. Mesmo com esta mudança, os analistas não esperam fortes alterações no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

As projeções

  • Inflação

Segundo o boletim, a projeção é de que este IPCA, que mede a inflação oficial do país, termine o ano de 2023 em 4,84%, a mesma mediana que foi registrada na semana passada. Trata-se, de toda forma, de uma queda em relação ao que se registrava nas projeções do mês passado, que indicavam uma inflação de 4,95%.

Para o ano de 2024, a projeção é de leve queda na inflação, de 3,88% para 3,86%. Já as estimativas para os anos de 2025 e de 2026 fecharam em 3,5% em ambos os casos.

  • PIB

Ainda de acordo com as informações do boletim Focus, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu ligeiramente de 2,26% para 2,29%. Para os anos de 2024, 2025 e 2026, as projeções foram de 1,3%, 1,90% e 2%.

  • Taxa de juros

Sobre a taxa Selic, o boletim indica que os juros devem terminar o ano em 11,75% ao ano. Hoje, esta taxa está na casa dos 13,25%. A aposta de queda para os próximos meses está sendo feita depois de o Banco Central sinalizar novas reduções no decorrer deste segundo semestre.

Os dados atuais de inflação

Em junho, o Brasil registrou o primeiro dado de deflação do ano, quando marcou -0,29%. No ano de 2023, o IPCA ainda cumula uma alta de 2,99%. Considerando os últimos 12 meses, a alta é de 3,99%, acima dos 3,16% que foram registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Para este ano de 2023, a meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Na prática, isso quer dizer que para ficar dentro da meta, o IPCA deverá ficar entre 1,75% e 4,75% neste ano.

Decisão do BC

A nova projeção do boletim Focus está sendo divulgada pouco mais de duas semanas depois que o Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto. Esta queda foi maior do que se esperava. Como dito, hoje a taxa de juros está em 13,25% ao ano. Inicialmente, o mercado estava esperando uma redução de 0,25 ponto.

Além da confirmação da queda, o BC também sinalizou em seu comunicado que novas reduções deverão ser aplicadas no decorrer deste ano de 2023. Foi justamente esta sinalização que acabou gerando esta expectativa de redução dos juros no boletim Focus.

Impacto na vida das pessoas

Projeção de inflação para 2023 é mantida, mas crescimento do PIB pode passar de 2%
Queda da inflação tem impacto na vida das pessoas. Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O amontoado de números e projeções acima pode até parecer complexo para boa parte dos brasileiros. De todo modo, é fato que todas estas indicações possuem impacto direto no bolso de milhões de cidadãos em todas as regiões do país.

Quanto mais baixa a inflação, maior é o poder de compra do trabalhador. Com números inflacionários mais baixos, o cidadão vai precisar gastar uma fatia menor do seu salário para fazer uma feira no final do semana, ou mesmo para contratar um serviço, por exemplo.

Ao mesmo passo, uma queda na taxa de juros acaba tendo impacto na vida financeira dos cidadãos. A redução já tem impacto imediato nos juros que são cobrados dentro de empréstimos como o consignado, por exemplo. Em um longo prazo, a redução da taxa também pode impactar o crédito imobiliário.

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