Copom anuncia redução da taxa Selic em 0,50% e dólar opera em alta (Entenda!)

Inflação brasileira aponta cenário positivo nos próximos meses.

Depois que o Banco Central do Brasil divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no qual houve uma redução da Selic em 0,50%, o dólar passou a operar em alta nesta terça-feira (08/08). Todavia, a taxa básica de juros da economia brasileira, após a decisão, está em cerca de 13,25% ao ano.

O documento divulgado pelo Banco Central traz a perspectiva de novos cortes da taxa Selic para os próximos meses, o que pode ser uma boa notícia para o mercado financeiro. Isso se deve ao fato de que há um recuo da pressão inflacionária no país. Com esse cenário positivo, o Copom possui espaço para reduzir os juros.

Já no cenário internacional as coisas não estão indo tão bem. Houve a divulgação de informações relacionadas à China, além de dados informando que os Estados Unidos poderão passar por uma crise econômica. Analogamente, essas duas notícias influenciam exponencialmente o mercado financeiro em todo o mundo.

Vale ressaltar que às 12h desta terça-feira, a moeda norte-americana estava cotada em R$4,9238, ou seja, apresentava uma alta de 0,60%. No dia anterior, na segunda-feira (07/08), o dólar também teve uma alta de 0,41%, sendo cotado em cerca de R$4,8946. Sendo assim, neste mês de julho há uma alta de 3,50%.

Economia do país

A princípio, neste ano de 2023, o dólar apresenta um crescimento de 7,26%. A cotação da moeda americana influencia toda a economia do país. Os setores que exportam sua produção acabam por ganhar mais quando há um aumento, já a importação perde devido ao fato de que os produtos estrangeiros ficam mais caros.

A ata do Copom divulgada pelo Banco Central diz que há a estimativa de que haja mais cortes de 0,50% em suas próximas reuniões. Deve-se observar que esse é um consenso entre os membros do comitê. Eles dizem que “esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista para o processo desinflacionário“.

De acordo com o Copom, o recuo na taxa Selic agrupa o compromisso do Banco Central de fazer com que a inflação retorne à meta estabelecida pelo Governo Federal nos próximos anos. Além disso, a decisão de reduzir os juros é um ajuste no nível de aperto monetário em termos reais, já que o índice de preços recuou.

Essa estimativa sobre a inflação do ano de 2023 abriu caminho para as novas decisões do Banco Central. O Copom estava mantendo a taxa Selic a 13,75% ao ano já a algum tempo. O Relatório Focus da semana passada apresentou a projeção de inflação de 4,84% neste ano. A meta está atualmente em 3,25%.

Taxa Selic e o Dólar
Taxa Selic e o Dólar/Fonte: Pixabay.

Pressão inflacionária e a taxa Selic

Para que o Governo Federal cumpra a meta da inflação, ela deve oscilar entre 1,75% e 4,75% no ano. Ademais, alguns economistas afirmam que o corte do Copom desta vez foi frugal, visto que o cenário atual é de uma contração econômica, que traz como consequência, uma redução da pressão inflacionária.

Especialistas em economia afirmam que essa contração deve influenciar por um longo período, com grandes consequências até o ano de 2025. A decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em 0,50% fez com que a possibilidade de cortes maiores fosse descartada. O mercado financeiro esperava uma maior audácia do Copom.

A ata do Copom, para esses economistas, trouxe um tom de cautela, visto que as estimativas da inflação ainda estão fora da meta do Governo Federal. Desse modo, o Banco Central ainda fala de ajuste fiscal, que traz ainda algumas incertezas. Os juros influenciam os ativos de risco e ajudam a desvalorizar o real frente ao dólar.

Mercado internacional

Sobre o mercado internacional, há uma cautela, e os investidores estão receosos com a economia mundial. Os dados da balança comercial Chinesa estão fracos. Houve o rebaixamento da nota de crédito de instituições financeiras dos Estados Unidos. Enfim, a Itália decidiu taxar em 40% os ganhos extras de seus bancos.

Em conclusão, essas notícias negativas relacionadas ao mercado internacional, faz com que os investidores fiquem de mal humor, além de haver um aumento de sua repulsa à riscos. A balança comercial chinesa, a iminente recessão norte-americana e a taxação italiana do “lucro extraordinário” de seus bancos, influenciam diretamente a economia do Brasil.

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