Organizações adotam PIX como forma prática para receber doações

PIXA pouco tempo o PIX acaba de completar um ano de seu lançamento, e com isso a plataforma já parece ter entrado de vez na rotina dos brasileiros. O método instantâneo de pagamentos se popularizou rapidamente, e chegou ao terceiro setor. Entre novembro de 2020 e outubro de 2021 foram 7 bilhões de transações, que juntas somam cerca de R$ 4 trilhões.

De acordo com levantamentos realizados no período de agosto de 2021 pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), 80% das ONGS brasileiras já estão utilizando o PIX como um meio mais fácil de receber doações, além disso, outras 15% também pretendem aderir em breve.

Segurança do uso da ferramenta

Com o aumento da popularidade do sistema PIX, é bem comum também que o número de fraudes e crimes com a ferramenta também cresça. Assim, o Banco Central já adotou novas regras, como a limitação a R$ 1 mil para transferências no período noturno, mas a FecomercioSP avalia que as medidas ainda não estejam no patamar de segurança necessária.

Tendo isso em vista, a FecomercioSP indicou algumas propostas para o BC, a fim de melhorar a segurança como um todo. Uma das propostas realizadas é de restringir transferências imediatas para contas que tenham sido criadas há menos de três meses, considerando que muitas delas são feitas apenas para realização de fraudes.

A federação também sugere combinar essa regra com a adoção de medidas para verificar a identidade dos recebedores. Assim, nas três primeiras operações, o usuário PIX deverá realizar uma dupla checagem (confirmando, por exemplo, os dados via celular e e-mail ou inserindo um código de segurança), o que permitiria a rastreabilidade das informações.

A FecomercioSP ainda propõe aumentar os critérios para abertura de contas digitais, como confirmação da veracidade de documentos enviados via reconhecimento fácil, biometria ou código PIN. “O Pix é uma excelente ferramenta. É bom para consumidor e para empresário. Mas as operações entre pessoas físicas têm gerado insegurança. Então estamos propondo criar mais critérios de segurança”, diz o assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina.

As ONG’s e o PIX

Em entrevista no podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, o diretor da ABCR, João Paulo Vergueiro, conversou um pouco sobre a adoção do sistema de transação no terceiro setor. O podcast foi realizado pelo Instituto MOL com apoio do Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e a Ambev.

Vergueiro diz que vê a adesão maciça das ONGs ao PIX como um facilitador da doação e da captação de recursos. Desta maneira a visão dele é que “o PIX veio para transformar como apoiamos o terceiro setor e como as próprias organizações conseguem desenvolver seu trabalho”.

A facilidade da ferramenta permite democratizar a experiência de doação, por permitir a transferência de valores baixos, sem taxas. Um outro benefício é que no sistema é possível criar uma chave ou um QR Code que possam ser usados em redes sociais e eventos, assim centralizando as contribuições de forma descomplicada.

Por fim, o diretor concluiu que, “com o PIX, muito mais pessoas vão ouvir falar ‘doe, doe para a gente, faça um PIX’. Isso faz com que as pessoas ouçam cada vez mais falar sobre a importância de doar, vire um hábito. Quanto mais a gente falar de doação, e mais fácil for o hábito de doar, melhor para todo mundo”.

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