Ministro diz que vai debater nova redução dos preços dos combustíveis

Em entrevista nesta segunda-feira (4), ministro de Minas e Energia disse que vai conversar sobre os preços dos combustíveis

Ainda em Dubai, onde participa da Conferência das Nações Unidas para mudanças climáticas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em entrevista que vai seguir pressionando a Petrobras por novas reduções nos preços dos combustíveis no Brasil.

De acordo com ele, o seu ministério respeita a Petrobras, mas não vai abrir mão de seguir pressionando a empresa por novas reduções. Há algumas semanas, Silveira vem defendendo aquilo que ele chamou de um “abrasileiramento” dos preços dos combustíveis no Brasil.

O que disse Silveira

O ministro de Minas e Energia falou sobre o assunto em entrevista à emissora Globo News na manhã desta segunda-feira (4). Ao ser perguntado se estava satisfeito com o atual patamar de preços dos combustíveis no Brasil, ele respondeu:

“Os preços dos combustíveis são extremamente dinâmicos. Eu estou aqui representando o Brasil desde quinta-feira. Eu quero chegar ao Brasil, ver exatamente as oscilações do petróleo que aconteceram nos últimos dias, observar a estabilidade do dólar…”

“O que não nos vai faltar em nenhum momento é a coragem de cobrar o tempo todo das nossas indústrias petroleiras no Brasil, de continuar fortalecendo o refino para que a gente possa ser cada vez mais independente das oscilações internacionais, e para que a gente chegue no combustível na bomba com os preços cada vez mais acessíveis ao consumidor”

“Eu acredito que nós temos que chegar no Brasil, sentar de novo, conversar sobre os preços. Essa será uma constante, não será uma novidade na relação do governo com a Petrobras porque isso é importante para o Brasil. Nós respeitamos a governança da empresa, mas nós não abriremos mão de defender o interesse nacional, que é ter preços competitivos para impulsionar a economia nacional”, completou o ministro.

Ministro diz que vai debater nova redução dos preços dos combustíveis
Silveira e Prates travam disputa interna no governo. Imagem: Fábio Rodrigues/ Agência Brasil

O que diz a Petrobras

De acordo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a estatal não deve reduzir e nem elevar os preços dos combustíveis no Brasil nos próximos dias. Ele também adiantou que só vai voltar a discutir o tema quando voltar de Dubai. No momento, ele está participando da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28).

Este evento deve seguir até a próxima terça-feira (12). Na prática, isso significa que ao menos até o início da próxima semana, a Petrobras não fará nenhum tipo de anúncio de elevação, e nem de redução dos preços dos combustíveis no Brasil.

“Uma coisa é certa: eu não gostaria de fazer nada agora durante a COP28”, disse o presidente da Petrobras, ao jornal Valor Econômico. “Talvez, na semana que vem, depois que acabar a COP, quando a gente voltar, a gente faça a nossa reunião de preços.”

Preços dos combustíveis

Desde que assumiu a presidência da Petrobras no início deste ano, Jean Paul Prates vem sendo acusado de atuar para segurar os preços dos combustíveis de maneira artificial. Ele nega as acusações, e diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) jamais o fez este pedido.

Prates lembrou que, quando necessário, elevou os preços dos combustíveis no último mês de agosto, e elogiou a nova política de definição de valores, que está substituindo o Plano de Paridade Internacional (PPI).

“Podemos aguentar desconforto por um tempo. É bom para o Brasil (a nova política de preços da estatal) e não é ruim para a Petrobras. Abrasileirar os preços não é uma coisa de campanha (presidencial). A gente mudou o modelo e vai ajustar quando o novo patamar estiver consolidado”, seguiu ele.

Seis estados da federação anunciaram nesta semana que deverão elevar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Por meio de uma carta, os secretários econômicos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul argumentaram que será preciso aplicar o reajuste para compensar as perdas com a Reforma Tributária.

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