Intenção de consumo das famílias é a MAIOR desde abril de 2020

Levantamento da CNC revela que as famílias do país estão mais otimistas devido às melhores condições de consumo no futuro

Os brasileiros estão se mostrando cada vez mais confiantes em relação ao cenário econômico do país em 2023. A saber, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) fechou janeiro em alta de 1,3%, na comparação com o mês anterior.

Com o acréscimo deste resultado, o indicador chegou ao maior nível desde abril de 2020. Isso mostra que a maior parte das preocupações trazidas pela pandemia da covid-19 foram superadas pela população.

Em outras palavras, os consumidores estão cada vez mais otimistas com a recuperação econômica do Brasil neste ano. Por isso que a intenção de consumo só fez crescer nos últimos meses, refletindo as expectativas positivas da população para o futuro.

De acordo com o levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o ICF chegou a 93,9 pontos em janeiro. A propósito, este foi o 12º avanço consecutivo do indicador, que ainda precisa subir mais um pouco para alcançar o patamar de abril de 2020 (95,6 pontos).

Embora venha crescendo há 12 meses consecutivos, o ICF continua abaixo da zona de satisfação (100 pontos). Aliás, desde abril de 2015 (102,9 pontos) que o indicador não supera esta marca. Isso mostra que a intenção dos brasileiros em gastar ainda está fraca, apesar da melhora nos últimos meses.

Desaceleração da inflação impulsiona consumo

Segundo o levantamento, a melhora dos dados relacionados à inflação estão ajudando a impulsionar a intenção de consumo dos brasileiros. Contudo, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou que a intenção de comprar parece ser maior que a própria ação de adquirir bens no país.

Em resumo, a pesquisa da CNC revelou que as famílias de menor renda se mostraram mais dispostas a gastar no início de 2023. Em contrapartida, as famílias que recebem salários mais elevados pretendem reduzir o nível de consumo no país. Seja como for, a perspectiva de consumo cresceu 2,7%, acima da intenção de consumo (+1,3%).

“Esse dado indica que as famílias em geral esperam melhores condições de consumo no futuro. De fato, desde outubro de 2022, a perspectiva de consumo tem se mostrado mais positiva do que o consumo propriamente dito”, afirmou Tadros.

Além disso, o levantamento revelou que os consumidores entrevistados estão mais satisfeitos com a renda atual. A saber, o indicador teve alta de 2% em janeiro, em comparação com o mês anterior. Já em relação a janeiro de 2022, o avanço foi bem mais expressivo, de 31,8%.

Cerca de 39% dos entrevistados afirmaram estar recebendo o mesmo valor que recebiam no ano passado. Por sua vez, 35% disseram que houve uma melhora da renda no período. Por outro lado, a renda piorou para 25,6% dos entrevistados.

Vale destacar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 2022 subiu 5,79%. Essa variação foi bem menor que a registrada em 2021, quando o índice havia disparado 10,06%. A propósito, o IPCA é a inflação oficial do Brasil, termo que se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços.

Famílias de renda mais baixa estão otimistas

O aumento do ICF em janeiro aconteceu, principalmente, por causa das famílias de renda mais baixa do país. Em síntese, a intenção de consumo das famílias desse grupo chegou a 91,2 pontos, abaixo da média nacional, mas ainda é o maior desde abril de 2020.

De acordo com a economista responsável pela ICF, Izis Ferreira, os brasileiros de menor renda estão mais otimistas com a melhora das condições de consumo nos próximos meses devido aos benefícios sociais disponibilizados pelo governo federal.

“Uma das causas do otimismo é a ampliação do principal programa de transferência de renda do governo, com o pagamento do valor mínimo de R$ 600, além do incremento de R$ 150 por criança até seis anos”, explicou a economista.

Izis Ferreira ressaltou que a injeção de mais recursos aos orçamentos das famílias de menor renda gera mais otimismo com o futuro. No entanto, lembrou que o nível de endividamento da população brasileira continua muito elevado.

Já entre os consumidores de renda mais elevada, a intenção de consumo caiu 1% em janeiro. Em suma, este grupo de pessoas está mais frustrado com as perspectivas para a atividade econômica brasileira em 2023. Por isso que se mostram menos propensos a gastar mais neste início de ano.

“Os consumidores desse grupo estão menos satisfeitos com o nível de consumo atual, pois estão pagando mais pelos serviços em geral, e mais descontentes com a perspectiva profissional e com o acesso ao crédito, que está mais caro e seleto”, disse Izis Ferreira.

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