Inflação do aluguel acumula 31,12% em 12 meses
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecida também como inflação do aluguel, fechou o acumulado de 12 meses em 31,12%. Este resultado é fruto de uma desaceleração nos últimos meses, em agosto o índice aumentou 0,66%, enquanto em julho ele ficou 0,78%.
O índice serve, por exemplo, para o reajuste do aluguel, ou seja, a inflação. Não é de hoje que o índice tem subido ainda mais que a inflação oficial – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O preço da energia e crise hidrelétrica impactam o resultado do IGP-M, conforme afirmou afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços, ao G1. “Se não fosse a crise hídrica, o IGP-M apresentaria desaceleração mais forte. No IPA, culturas afetadas pela estiagem, como milho (-4,58% para 10,97%) e café (0,04% para 20,98%) registraram forte avanço em seus preços. No âmbito do consumidor, o preço da energia, para a qual é esperado novo reajuste em setembro, registrou alta de 3,26%, sendo a principal influência para a inflação ao consumidor”.
O IGPM é composto por três outros indicadores Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC).
IPA
Itens com maior impacto
- soja em grão (7,78%)
- milho (10,97%)
- café (20,98%)
- adubos ou fertilizantes (10,62%)
- carne de aves (8,38%)
Itens com menor diminuição
- minério de ferro (-15,32%)
- carne bovina (-1,42%)
- bovinos (-0,34%)
- fios, cabos e condutores elétricos isolados (-1,10%).
IPC maiores impactos
- tarifa de energia residencial (3,26%);
- gasolina (1,55%);
- tomate (14,60%);
- gás de bujão (3,34%).
INCC por índice
- materiais e equipamentos (1,52% para 1,17%);
- serviços (0,65% para 0,78%);
- mão de obra (1,12% para zero).
“Obviamente estamos num patamar elevado de inflação e esta melhora relativa não será sentida pela sociedade de maneira geral, contudo nós chama atenção a queda na aceleração dos preços ao consumidor que caiu de 0,83% para 0,75% sugerindo que há certa estabilização na margem”, avaliou, em nota ao G1, o economista da Necton, André Perfeito.
Lei pede troca de indicadores para inflação do aluguel
O Projeto de Lei PL 1026/2021 estabelece que o reajuste do aluguel seja feito com base no IPCA e não no IGPM.
“Os inquilinos estão desesperados com os índices de reajuste dos contratos de aluguel neste período de pandemia. A Lei do inquilinato prevê a livre negociação do valor do reajuste entre locador e locatário; todavia essa livre negociação vem trazendo prejuízos ao locador, que na necessidade de fechar o contrato, aceita qualquer índice de reajuste”, diz Deputado Vinícius Carvalho (Republicanos/SP) autor do projeto, em sua justificativa.
Em algumas negociações de imóveis os proprietários já estão reajustando os valores pelo IPCA, mas para que este reajuste seja universal o PL precisa ser aprovado.