IBGE prevê safra RECORDE de grãos de 307,3 milhões de toneladas para 2023 -16/07

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta semana a mais nova estimativa para a safra de grãos de 2023. Os dados mantiveram a trajetória positiva, iniciada em março, crescendo em relação à projeção anterior, após o IBGE iniciar o ano com estimativas menos animadoras.

De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 307,3 milhões de toneladas neste ano.

A última estimativa apontava para uma safra de grãos de 305,4 milhões de toneladas em 2023. Isso quer dizer que as projeções para a colheita cresceram 0,6% em relação a maio, variação que corresponde a 1,9 milhão de toneladas.

Já na comparação com a safra obtida em 2022, a colheita neste ano terá um crescimento de 16,8%. Este percentual representa um aumento de 44,2 milhões de toneladas em relação à colheita brasileira do ano passado.

Vale destacar que essa estimativa do IBGE representa um recorde para a safra de grãos do Brasil. Aliás, o IBGE também prevê que as safras de soja e milho registrem os maiores níveis históricos em 2023, impulsionando assim a safra nacional de grãos.

Produções de soja e milho devem bater recorde

Segundo o IBGE, a produção de soja deve totalizar 148,4 milhões de toneladas neste ano. Isso representa um crescimento de 24,1% na comparação com a safra de 2022. Inclusive, o aumento ficou tão expressivo assim devido às dificuldades enfrentadas em 2022, que tornaram enfraqueceram a base de comparação.

Já em relação ao milho, a estimativa do IBGE ficou em 124,5 milhões de toneladas. Em resumo, esse valor se divide nas duas safras do grão, com a 1ª safra devendo totalizar 28,1 milhões de toneladas e a 2ª safra chegar a 96,3 milhões de toneladas de milho. As novas projeções representam uma forte alta de 13% em relação à colheita de 2022.

O gerente da pesquisa, Carlos Barradas, explicou que há diversos fatores contribuindo para esse resultado. “Com exceção do Rio Grande do Sul, o clima tem estado muito bom, especialmente para os produtos de segunda safra como o milho, cuja produção cresceu muito“, disse.

Outro fator é que o ano agrícola começou no período certo, não teve atraso no plantio da safra de verão, o que possibilitou uma colheita, especialmente da soja, no tempo certo“, acrescentou. A propósito, tanto a soja quanto o milho deverão ter os maiores volumes de colheita da série histórica.

Trigo também deve se destacar em 2023

O IBGE revelou que a colheita do trigo também deverá ser recorde em 2023. Em síntese, a estimativa para a produção do grão chegou a 10,6 milhões de toneladas, o que corresponde a um crescimento de 0,3% em relação às projeções anteriores do IBGE e de 5,8% na comparação com 2022.

No ano passado, o Brasil colheu a maior safra de trigo da história, e poderá bater um novo recorde caso as condições climáticas estejam favoráveis. A saber, a produção nacional de trigo vem crescendo nos últimos tempos devido a forte alta dos preços internacionais por causa da guerra da Rússia e da Ucrânia.

Mas ainda dependemos que o clima ajude, pois existe uma previsão do fenômeno El niño, que pode provocar secas, especialmente no Sul do país“, disse Barradas.

Estimativa do IBGE indica recorde da safra de trigo em 2023
Estimativa do IBGE indica recorde da safra de trigo em 2023. (Imagem: Pixabay).

Centro-Oeste lidera produção de grãos

Além disso, o IBGE revelou que, entre as regiões do país, apenas o Sul apresentou estabilidade em suas estimativas frente o prognóstico anterior. Por sua vez, houve alta nas projeções das regiões Norte (2,8%), Centro-Oeste (0,9%), Sudeste (0,4%) e Nordeste (0,1%).

Já na comparação com a safra de 2022, todas as regiões brasileiras tiveram resultados positivos. Em suma, o maior avanço anual deverá ser registrado pelo Sul (26,9%), seguido por Centro-Oeste (16,9%), Norte (16,6%), Sudeste (4,7%) e Nordeste (3,4%).

Segundo o Instituto, o Centro-Oeste deverá concentrar 49,7% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas. Em segundo lugar, com uma taxa quase duas vezes menor, deverá ficar o Sul (27,1%), seguido por Sudeste (9,5%), Nordeste (8,6%) e Norte (5,1%).

No que se refere às unidades federativas (UFs), o Mato Grosso deverá ser o maior destaque nacional. Em resumo, o estado é o maior produtor de grãos do país, respondendo por 30,9% da produção nacional.

Na sequência, deverão ficar Paraná (15,2%), Rio Grande do Sul (9,6%), Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,9%) e Minas Gerais (5,9%). Aliás, esses seis estados, quando somados, deverão representar 80,1% da produção nacional. Isso mostra que poucos estados deverão concentrar a maioria absoluta da produção de grãos do país.

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