IBGE prevê safra RECORDE de grãos de 305,4 milhões de toneladas para 2023 -14/06

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta semana a mais nova estimativa para a safra de grãos de 2023. Após iniciar o ano com estimativas um pouco menores, os dados mudaram a trajetória e passaram a crescer em março, repetindo esse feito em abril e, agora, em maio.

De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 305,4 .milhões de toneladas neste ano.

A última estimativa apontava para uma safra de grãos de 302,1 milhões de toneladas em 2023. Isso quer dizer que as projeções para a colheita cresceram 1,1% em relação a abril, variação que corresponde a 3,3 milhões de toneladas.

Já na comparação com a safra obtida em 2022, a colheita neste ano terá um crescimento de 16,1%. Este percentual representa um aumento de 42,2 milhões de toneladas em relação à colheita brasileira do ano passado.

Vale destacar que essa estimativa do IBGE representa um recorde para a safra de grãos do Brasil. Aliás, o IBGE também prevê que as safras de soja e milho registrem os maiores níveis históricos em 2023, impulsionando assim a safra nacional de grãos.

Produção da soja deve crescer 24%

Segundo o IBGE, a produção de soja deve totalizar 148,2 milhões de toneladas neste ano. Isso representa um crescimento de 24,0% na comparação com a safra de 2022. Inclusive, o aumento ficou tão expressivo assim devido às dificuldades enfrentadas em 2022, que tornaram enfraqueceram a base de comparação.

Os produtores estão reduzindo a área de outros cereais, como do arroz, para plantar soja. Como os preços estavam em alta, houve aumento também dos investimentos. Vale lembrar que, em 2022, o clima foi muito desfavorável para a soja“, explicou o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

Já em relação ao milho, a estimativa do IBGE ficou em 122,8 milhões de toneladas. Em resumo, esse valor se divide nas duas safras do grão, com a 1ª safra devendo totalizar 27,9 milhões de toneladas e a 2ª safra chegar a 94,9 milhões de toneladas de milho. As novas projeções representam uma alta firme de 11,5% em relação à colheita de 2022.

Outro destaque dessas novas estimativas foi o trigo. De acordo com o IBGE, a estimativa para a produção do grão chegou a 10,6 milhões de toneladas. Em síntese, isso corresponde a um crescimento de 7,3% em relação às projeções anteriores do IBGE de de 5,5% na comparação com 2022.

Os preços elevados das commodities fizeram com que os produtores aumentassem a área de plantio desses produtos. Além disso, houve aumento dos investimentos nas lavouras, e como o clima foi muito benéfico em 2023 quando comparado com 2022, o rendimento das lavouras aumentou bastante“, disse Barradas.

Na safra 2023, somente o Rio Grande do Sul teve problemas climáticos, todas as demais unidades da federação tiveram clima favorável, o que explica o recorde de produção da safra brasileira de grãos“, acrescentou.

Também, na nova previsão destacou-se o café, cuja produção se beneficiou com o clima favorável. As estimativas do IBGE indicam que a safra do grão deverá totalizar 3,3 milhões em 2023, alta de 5,9% em relação ao ano passado.

Estimativa do IBGE indica recorde da safra graças às colheitas de milho e soja
Estimativa do IBGE indica recorde da safra graças às colheitas de soja e milho. (Imagem: Reprodução/Canal Rural).

Centro-Oeste lidera produção de grãos

Além disso, o IBGE revelou que, entre as regiões do país, apenas o Sul apresentou queda em suas estimativas frente o prognóstico anterior, de -1,5%. Por outro lado, houve alta nas projeções das regiões Centro-Oeste (2,9%), Norte (1,5%) e Nordeste (0,5%). Já o Sudeste apresentou estabilidade (0,0%).

Já na comparação com a safra de 2022, todas as regiões brasileiras tiveram resultados positivos. Em suma, o maior avanço anual deverá ser registrado pelo Sul (26,9%), seguido por Centro-Oeste (15,8%), Norte (13,5%), Sudeste (4,3%) e Nordeste (3,3%).

Segundo o Instituto, o Centro-Oeste deverá concentrar 49,6% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas. Em segundo lugar, com uma taxa duas vezes menor, deverá ficar o Sul (27,3%), seguido por Sudeste (9,5%), Nordeste (8,6%) e Norte (5,0%).

No que se refere às unidades federativas (UFs), o Mato Grosso deverá ser o maior destaque nacional. Em síntese, o estado é o maior produtor de grãos do país, respondendo por 31,1% da produção nacional.

Na sequência, deverão ficar Paraná (15,3%), Rio Grande do Sul (9,7%), Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,6%) e Minas Gerais (5,9%). Aliás, esses seis estados, quando somados, deverão representar 80,2% da produção nacional. Isso mostra que poucos estados deverão concentrar a maioria absoluta da produção de grãos do país.

Destaques de maio

O IBGE ainda ressaltou quais itens se destacaram nas estimativas de maio, em relação ao prognóstico de março. Em resumo, o maior avanço veio do trigo (7,3%), seguido por aveia (6,3%) e sorgo (5,9%).

Os únicos declínios foram registrados por tomate (-4,5%), feijão 2ª safra (-3,1%), mandioca (-1,0%), soja (-0,6%) e milho 1ª safra (-0,1%).

Por fim, as estimativas para a safra de grãos são divulgadas mensalmente pelo IBGE. Por isso, todas as estimativas são passíveis de alterações no decorrer deste ano.

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