Endividamento dos mais pobres AUMENTA; descubra quanto

Com a crise econômica agravada pelo coronavírus e a redução do valor do auxílio emergencial, o endividamento dos mais pobres voltou a crescer e atingir índices recordes.

Diante deste cenário não muito promissor, em abril 22,3% da população com renda de até R$ 2.100 se dizia endividada. Os dados fazem parta do levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Números parecidos só foram registrados no país em meados de 2016.

Isso sem falar no desemprego, o Brasil pode ter 14ª maior índice de pessoas nesta situação, de acordo com a classificação de risco Austin Rating.

Veja os resultados de endividamento por renda:

RendaPercentual de endividados
Até R$ 2,1 mil22,30%
De R$ 2,1 mil a R$ 4,8 mil14,20%
De R$ 4,8 mil a R$ 9,6 mil6,30%
Acima de R$ 9,6 mil3,90%

 

Mais pobres enfrentam mais problemas com a pandemia

No meio de uma das maiores pandemias mundiais, como a da Covid-19, todos os grupos tem sofrido algum grau de endividamento, mas os mais pobres têm sido os mais afetados. Isso porque este grupo tem pouca capacidade para constituir uma poupança para imprevistos.

“Na verdade, não é nem uma poupança. É guardar um dinheiro este mês para poder pagar as suas contas no mês que vem e ter um pouco mais de tranquilidade”, diz Viviane Seda, pesquisadora do Ibre.Pessoas que recebem mais de R$ 9,6 mil, por exemplo, já não enfrentam tanto este problema. Cerca de quatro e cada 100 afirmou estar endividado neste momento.

A diminuição do auxílio emergencial também é um ponto marcante. Com o auxílio de R$ 600 até R$ 1,2 a condição de muitas famílias pagar seu sustento era maior. “A capacidade das famílias de baixa renda de construir uma poupança foi se esgotando conforme houve uma interrupção de vários programas do governo”, analisa Viviane.

A população mais pobre hoje conta com o auxílio da fome, de acordo com análise. O valor não é suficiente sequer para uma segurança alimentar das famílias, frente ao preço da cesta básica.

Isso sem falar que as famílias de baixa renda ficaram sem o auxílio emergencial de janeiro até abril. Neste período o governo chegou até a negar o benefício seria renovado, mas, após pressão cedeu.

Neste ano, até agora, estão previstas quatro parcelas do auxílio emergencial para os mais pobres, com valores que podem variar de R$ 150 a R$375. Veja:

  • Pessoa que mora sozinha: R$ 150;
  • Famílias com mais de uma pessoa e não dirigidas por uma mulher: R$ 175;
  • Famílias com mães “chefes de família”: R$ 375
Ao todo 44 milhões foram liberados para financiar o auxílio, por meio da PEC Emergencial.
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