Dados oficiais projetam baixo crescimento para a economia da América Latina no decorrer de 2023

De acordo com informações da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a economia do Brasil deverá crescer menos do que o projetado anteriormente.

Isso porque a projeção foi reduzida para toda a América Latina em questões relacionadas ao cenário econômico e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

A economia da América Latina tende a diminuir no decorrer de 2023

A previsão de crescimento econômico foi reduzida para o Brasil, caindo de 0,9% para 0,8%, de acordo com a projeção relacionada ao PIB feita pela Cepal.

A Cepal é uma das comissões econômicas regionais das Nações Unidas. Sendo assim, as previsões para este ano foram analisadas e comparadas com as projeções feitas no final do ano de 2022.

Projeções da Cepal

De acordo com a projeção revisada, a economia latino-americana tende a crescer 1,2%, no entanto, a previsão inicial era de 1,3%. Alguns países tiveram suas previsões alteradas negativamente.

A Colômbia, por exemplo, após a revisão teve uma queda na sua estimativa de crescimento econômico, indo de 1,5% para 1,2%. A estimativa de crescimento econômico caiu para 2% no Peru, visto que a análise inicial previa um crescimento de 2,2% para o país em 2023.

O Uruguai e a Bolívia, após a revisão, tiveram seus crescimentos diminuídos para 2%; A análise inicial feita no final do ano passado, previa o crescimento de 2,9% para ambos os países.

Contudo, a economia foi revista para uma análise positiva em alguns países. O México, por exemplo, teve a sua economia projetada em 1,5 % após a revisão, uma vez que a projeção inicial era de 1,1%.

O Chile tinha uma projeção de queda de 1,1% no final de 2022, entretanto, após a revisão essa queda foi diminuída para 0,3%. Dentre os pontos analisados pela Cepal, os principais fatores para a desaceleração econômica da América Latina e do Caribe são os juros elevados.

A instabilidade econômica global 

Diversos fatores externos impactam a economia de forma global, como a situação de conflito geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia. Por isso, a revisão considerou esse fator não controlável como um ponto relevante para a mudança nas projeções econômicas.

Além disso, a comissão direcionada pelas Nações Unidas, ressalta que turbulências registradas em março deste ano, em diversos bancos de grandes economias, ocasionaram a elevação dos juros.

Todos esses fatores elevam a volatilidade do mercado global e afetam o crescimento de diversos países, de modo que refletem em diversas economias. Contudo, o foco da análise foi o continente latino-americano e o Caribe.

Juros elevados

Em comunicado oficial, a comissão explica que as políticas monetárias de países desenvolvidos tendem a elevar suas taxas durante este ano, o que impacta diretamente as economias menos desenvolvidas, ainda que seja possível observar quedas relacionadas às pressões inflacionárias.

Projeção do Banco Mundial

No começo do mês de abril de 2023, o Banco Mundial divulgou uma estimativa econômica sobre a América Latina e o Caribe com dados relativamente próximos a projeção da Cepal.

Isso porque, de acordo com informações do Banco Mundial, a América Latina deve crescer cerca de 1,4% em 2023. Contudo, trata-se de uma taxa abaixo do esperado, sendo a menor projeção global.

Commodities

As expectativas sobre o preço das commodities impactam diretamente as projeções oficiais do Caribe e da América Latina. Visto que os preços dos bens primários são baseados em cotações internacionais. 

Portanto, a elevada taxa de juros em países desenvolvidos, assim como a instável recuperação chinesa, inflacionam o valor da matéria-prima, o que encarece toda a produção e diminui as projeções econômicas para os países de economia em desenvolvimento.

Economia 2024 e 2025

Contudo, de acordo com o Banco Mundial, a projeção para os próximos anos – 2024 e 2025 – são mais positivos. Uma vez que espera-se que o crescimento seja de 2,4% nos próximos 24 meses.

Embora as expectativas atuais não sejam positivas, o Banco Mundial avalia que os países da América Latina, assim como o Caribe, têm sido resilientes, considerando o estresse inflacionário e a incerteza global no que tange a economia atual.