Caged revisa dados e número de vagas criadas recua para 75,9 mil

Após revisão nos dados de demissões, nota-se que o saldo de criação de empregos formais no Brasil caiu pela metade durante o ano de 2020. De acordo com as novas estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram abertas mais de 75 mil vagas no ano passado, o que resulta em uma queda de 46,8% em relação ao dado anterior de 142.690 vagas.

O indicador, que por sua vez mede a diferença entre as contratações e dispensas com carteira assinada, apontou que haviam ocorrido 15.166.221 admissões e 15.023.531 desligamentos no ano passado. Já com as atuais revisões, o número de vagas preenchidas subiu 1,8%, para 15.361.234. E por fim o número de demissões aumentaram 2,2%, para 15.437.117.

O Ministério do Trabalho e Previdência, que é o atual responsável pela Caged desde a criação da pasta. Atribuiu a redução do saldo ao envio de declarações fora do prazo, em meio ao início da pandemia de covid-19 e a adaptação para o novo modelo de declaração eletrônica.

Problemas com o novo eSocial

Diferente do ano de 2019, em 2020 as contratações e demissões passaram a ser realizadas de forma eletrônica, por meio da Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas conhecido como eSocial. Este novo método, foi aplicado devido o atual período de pandemia, a fim de atender o novo protocolo sanitário a respeito do covid.

Após o início da pandemia, o Ministério da Economia, na época responsável pelo eSocial e do Caged, suspendeu a divulgação das estatísticas por dois meses. Na dada ocasião, a pasta alegou que, durante o processo de adaptação ao novo sistema, diversas declarações de demissões foram preenchidas de maneira errada e que o processo de retificação foi comprometido pela pandemia.

Dada esta situação, apenas os dados do Caged de dezembro de 2019 haviam sido divulgados. Desta maneira, os números só voltaram a ser apresentados no fim de maio de 2020, com os dados de janeiro a abril do mesmo ano e uma nova metodologia que passou a incluir trabalhadores temporários e bolsistas, impossibilitando a comparação com o Caged de anos anteriores.

Justificativa para a queda no número de vagas

O Ministério do Trabalho e Previdência divulgou em nota que, mesmo com a revisão dos dados, em 2020 continuou a registrar criação de empregos formais. Segundo o ministério, “Ressaltamos que, mesmo com a mencionada revisão, o saldo do Caged de 2020 se mantém positivo, em que pese o pior momento da pandemia da covid-19”. Por fim, o ministério informa que o prazo para ajustes dos dados do ano passado acaba no fim de 2021.

“A entrada de dados fora do prazo acontece quando as empresas declaram as informações de admissão e demissão após a competência em que a movimentação se realizou. A possibilidade de realizar esse tipo de declaração já existia no antigo Caged, havendo uma ocorrência um pouco maior neste momento devido ao processo de transição para a declaração via eSocial, que ocorreu para um número significativo de empresas ao longo de 2021”, acrescentou o Ministério do Trabalho e Previdência, justificando a queda no número de vagas do último ano.

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