Brasileiros compram menos celulares em 2022

Brasileiros compram menos celulares em 2022

Preço e troca recente parecem ser os principais motivos da queda de quase 7% desse mercado

Em 2022, o mercado brasileiro de celulares vendeu 6,93% menos aparelhos do que em 2021, gerando uma receita total de R$ 77,09 bilhões, queda de 1,74% na comparação entre os dois anos. De janeiro a dezembro do ano passado, foram comercializados 42.606.344 aparelhos, dos quais 40.681.302 eram smartphones e 1.925.042 feature phones (aparelhos com funções mais simples, usados só para chamadas), reduções de 6,31% e 18,28%, respectivamente, em relação a 2021. Os dados fazem parte do estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Annual 2022, da IDC Brasil, consultoria especializada em tecnologia.

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O principal motivo para a queda nas vendas são os impactos econômicos pós-pandemia se mostraram mais acentuados em 2022, com a alta da inflação e dos juros. Muitos consumidores também fizeram a troca do dispositivo no primeiro ano da pandemia e resolveram adiar os planos para a compra de um novov aparelho. 

Outra mudança do último ano diz respeito à reabertura das lojas físicas, que poderia trazer um impacto positivo, mas que não foi o suficiente para atrair mais consumidores e recuperar os números do setor, que estão em queda desde 2020. As vendas em lojas físicas até foram melhores em 2022, mas o consumidor priorizou modelos mais simples e antigo. 

Em relação aos preços médios dos aparelhos, houve aumento tanto nos de smartphones quanto nos de features phones, ambos diretamente impactados pela inflação e pela alta da taxa de juros. Enquanto os smartphones ficaram 5% mais caros em 2022, com ticket médio em R$ 1.887,00, os feature phones aumentaram 3,2%, chegando a R$ 161,00. 

Em 2022, o mercado cinza também recuou, apesar de ainda se manter atuante. Do total de unidades vendidas no ano, 2.724.281 foram comercializadas com lojas que fazem a importação de produtos sem nota. Entre os aparelhos comercializados no mercado cinza, 93.224 são feature phones e 2.631.057 smartphones. É um volume 24,61% menor do que em 2021. 

Resultados do quarto trimestre de 2022 

No último trimestre de 2022, foram vendidos 9.674.240 smartphones e feature phone no Brasil, uma baixa de 14,41%, em comparação ao mesmo período de 2021. Em termos de receita, os meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado somaram cerca de R$ 16,8 bilhões, 21,49% menos do que os mesmos três meses de 2021. 

Do total de unidades vendidas, 9.259.758 foram smartphones e 414.482 feature phones, quedas de 14,04% e 21,77%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior. 

No quarto trimestre de 2022, os produtos na faixa de preço entre R$ 1.000 e R$ 1.299 foram os mais vendidos, representando 25,12% do volume total de vendas de smartphones. Nesse período, os fabricantes aumentaram a disponibilidade de aparelhos com preço médio acima dos R$ 1 mil, na expectativa de que o consumidor pudesse ter maior disponibilidade para investir em um modelo mais atualizado nas compras de final de ano> 

Projeções para 2023 

Para a IDC Brasil, os números de 2022 indicam que o ano de 2023 será bastante desafiador para venda de smartphones, principalmente, no primeiro semestre. Por isso, o resultado das vendas deve ser próximo ou inferior ao que ocorreu em 2022. 

Por outro lado, as vendas dos aparelhos 5G devem permanecer em crescimento contínuo durante o ano de 2023, dando sequência aos resultados do final de 2022. Conforme mais cidades vão adotando a nova tecnologia, o consumidor brasileiro entende que o 5G é um critério relevante na escolha do seu próximo smartphone. A questão maior é que o aparelho esteja com um valor compatível com seu orçamento. 

Por fim, a IDC Brasil avalia que o abastecimento de componentes deve seguir normalizado ao longo do ano. Essa questão trouxe bastante impacto até o primeiro semestre de 2022, mas o mercado conseguiu se recuperar e o abastecimento foi normalizado durante o restante do ano. 

Devido a uma retração no mercado mobile, tanto a nível nacional quanto global, o abastecimento de componentes não deverá ser um problema em 2023 e, consequentemente, não deverá impactar a produção e distribuição dos dispositivos, avalia a IDC.

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