Brasil deve continuar com JUROS ELEVADOS pelos próximos meses

Próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central ocorre nos dia 21 e 22 março

A taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, encontra-se no maior patamar desde o final de 2016. Isso quer dizer que os brasileiros estão tendo que pagar mais caro em diversas áreas da economia, pois a Selic impulsiona os juros no país, no geral.

Por exemplo, o crédito imobiliário ficou mais salgado e os juros bancários atingiram o maior nível dos últimos anos. Isso mostra que houve uma elevação no custo de vida no Brasil, mas a renda média da população não subiu da mesma maneira em 2022.

De acordo com um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a taxa Selic deve continuar no mesmo patamar ao menos até o terceiro trimestre deste ano. Em outras palavras, os brasileiros terão que enfrentar os juros elevados por mais alguns meses.

Aliás, a expectativa de analistas de mais de 100 instituições do mercado financeiro é que o patamar da taxa Selic encerre 2023 a 12,75% ao ano. Atualmente, o nível dos juros estão a 13,75% ao ano, ou seja, o recuo até o final deste ano deverá ser bem tímido.

Banco Central mantém juros elevados

Em resumo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve pela quarta vez consecutiva a taxa Selic estável em 13,75% ao ano no início de fevereiro. Esse é o maior patamar desde novembro de 2016, quando a taxa estava em 14,00% ao ano.

Para quem não sabe, o Copom elevou 12 vezes consecutivas a taxa Selic, entre março de 2021 e agosto de 2022. Em suma, essa foi a maior sequência de elevações da taxa Selic em 23 anos. No entanto, os avanços cessaram desde setembro do ano passado. E, de lá pra cá, os juros se mantiveram estáveis.

Apesar de não subir, os juros continuam em um nível muito elevado, afetando diretamente a vida dos brasileiros. A taxa de 13,75% ao ano deverá seguir assim até o terceiro trimestre de 2023, segundo projeções de analistas. E os recuos, após esse período, não deverão ser expressivos.

Inflação pressiona BC a manter juros estáveis

O principal objetivo do Copom ao elevar a Selic é segurar a inflação do país. Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. Como consequência, desaquece a economia do país, limitando o avanço da chamada “inflação por demanda”.

Quando a Selic sobe, encarece o crédito, reduzindo a busca das pessoas por empréstimos. Dessa forma, o consumo tende a diminuir, uma vez que a população passa a ter menos dinheiro em mãos.

Como a demanda diminui, os preços começam a cair, desacelerando a inflação, mas isso só acontece com o tempo. Por isso que o BC não reduziu a taxa Selic ainda, apesar do recuo da inflação em 2022.

Vale destacar que uma inflação controlada traz diversos benefícios para a economia do país, como:

  • Maior tranquilidade para investir no Brasil;
  • Mais previsibilidade econômica, o que permite um planejamento das indústrias;
  • Redução da concentração de renda;
  • Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.

O problema é que a inflação, apesar da desaceleração observada em 2022, continua acima do esperado no Brasil. Ao mesmo tempo, os juros também ajudam a corroer a renda da população, que sofre com um custo de vida mais elevado.

Aliás, isso explica o endividamento e a inadimplência elevados no Brasil, que bateram recorde em 2022. E o cenário não deverá ter uma melhora significativa em 2023, visto que os juros deverão continuar elevados, bem como a inflação.

Saiba como fugir dos juros altos

Em síntese, os juros mais altos pressionam a renda dos brasileiros. Isso acontece porque compras parceladas, geralmente feitas por pessoas de renda mais baixa, passam a ter juros mais elevados. E, muitas vezes, as famílias acabam atrasando o pagamento e sofrem com os juros e multas devido aos atrasos.

Para fugir desse cenário, os brasileiros podem seguir algumas dicas simples, mas bastante eficazes, que podem livrar muita gente de grandes dores de cabeça:

  • Controle sua vida financeira: a pessoa que compreende a renda mensal que possui, bem como o valor que pode gastar sem precisar recorrer a empréstimos, reduzirá significativamente os problemas que poderiam surgir;
  • Busque promoções: o brasileiro também está sofrendo para conseguir comprar itens alimentares básicos. Por isso, é importante ficar atento a promoções para que o dinheiro renda um pouco mais todos os meses;
  • Suspenda sonhos caros: muita gente idealiza o momento de comprar um eletrodoméstico, um veículo ou um imóvel, mas o melhor é suspender a compra. Como os juros estão muito altos, há grandes chances desses itens também saírem mais caros que o esperado. A solução é adiar a compra e esperar um momento mais favorável.
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