A poupança teve retirada líquida de R$ 35,5 bilhões no ano de 2021

A caderneta de poupança registrou, no ano de 2021, a terceira maior retirada líquida da história. Nesse sentido, a caderneta foi pressionada durante o ano pelo fim do Auxílio Emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros. No ano passado, os investidores sacaram R$ 35,5 bilhões a mais do que depositaram, segundo o informado pelo Banco Central, nesta quinta-feira (6).

Nesse contexto, a retirada líquida da poupança, que representa a diferença entre saques e depósitos, só não foi maior que a registrada em 2015 e 2016. Esses anos registraram retiradas de r$ 53,57 bilhões e R$ 40,7 bilhões. Nesses anos, a forte crise econômica levou os brasileiros a sacarem recursos da aplicação.

No ano de 2020, a poupança havia registrado captação líquida, que representa diferença de depósitos e retiradas, recorde de R$ 166,31 bilhões. Sendo assim, o que inflou o saldo da caderneta no ano retrasado foi o pagamento do Auxílio Emergencial de R$ 600, depositado em contas poupanças digitais da Caixa Econômica Federal (CEF).

Um dos motivos que levaram aos aumentos das aplicações na caderneta de poupança no ano de 2020 foi a instabilidade no mercado financeiro no início da pandemia de covid-19. Sendo assim, com as incertezas levantadas pela pandemia e dificuldades que a economia do país enfrentou, as aplicações levaram a uma maior segurança por parte das pessoas.

Trajetória da poupança em 2021

No mês de dezembro, apesar do resultado negativo do ano, os brasileiros depositaram na poupança R$ 7,66 bilhões a mais do que sacaram. Sendo assim, o valor é 62,8% menor que a captação líquida de R$ 20,6 bilhões registrada em dezembro de 2020. Normalmente, os brasileiros costumam depositar mais na caderneta em dezembro, por causa do pagamento da segunda metade do décimo terceiro salário.

Mesmo assim, a aplicação na caderneta de poupança começou o ano de 2021 no vermelho. Dessa forma, de janeiro a março, os brasileiros retiraram R$ 27,54 bilhões a mais do que depositaram na poupança, influenciado pelo fim do Auxílio Emergencial. No entanto, com o pagamento da segunda rodada do auxílio, a situação mudou. Sendo assim, os depósitos superaram os saques de abril a julho.

Já a partir de agosto, a caderneta voltou a registrar mais retiradas que depósitos. Nesse sentido, mesmo com a continuidade do pagamento do Auxílio Emergencial até outubro, os brasileiros continuaram a sacar. Além disso, o rendimento abaixo da inflação acarretou a migração dos valores para outras aplicações. Já o endividamento de famílias também acarretou em mais saques da poupança.

Rendimento da caderneta

Até o início do mês de dezembro, a poupança rendia 70% da Taxa Selic, que representa os juros básicos da economia. Nesse sentido, no mês passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 9,25% ao ano.

Por fim, o aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação. Já em 2021, a aplicação rendeu 2,99%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 10,42%.

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