3 impactos da Guerra do Iraque no Oriente Médio

Conheça as consequências mais visíveis dos conflitos

Os efeitos da Guerra do Iraque no Oriente Médio foram profundos, mas não exatamente da forma pretendida pelos arquitetos da invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003 que derrubou o regime de Saddam Hussein.

Tensão sunita-xiita

Os cargos de liderança no regime de Saddam Hussein eram ocupados por árabes sunitas, uma minoria no Iraque, mas tradicionalmente o grupo dominante desde a época dos otomanos.

A invasão liderada pelos Estados Unidos permitiu que a maioria árabe xiita reivindicasse o governo, a primeira vez no Oriente Médio moderno que xiitas chegaram ao poder em qualquer país árabe.

Este evento histórico deu poder aos xiitas em toda a região, atraindo suspeitas e hostilidade aos regimes sunitas.

Alguns sunitas iraquianos lançaram uma rebelião armada visando o novo governo dominado pelos xiitas e as forças estrangeiras.

A violência em espiral transformou-se em uma guerra civil sangrenta e destrutiva entre milícias sunitas e xiitas, que afetou as relações sectárias no Bahrein, na Arábia Saudita e em outros países árabes com uma população mesclada de sunitas e xiitas.

O surgimento da Al-Qaeda no Iraque

Suprimidos sob o brutal estado policial de Saddam, extremistas religiosos de todas as cores começaram a surgir nos anos caóticos após a queda do regime.

Para a Al-Qaeda, a chegada de um governo xiita e a presença de tropas americanas criaram um ambiente de sonho.

Posando como protetora dos sunitas, a Al-Qaeda criou alianças com grupos insurgentes islâmicos e sunitas seculares e começou a tomar território no coração tribal sunita do noroeste do Iraque.

As táticas brutais da Al-Qaeda e a agenda religiosa extremista logo alienaram muitos sunitas que se voltaram contra o grupo, mas um ramo distinto da Al-Qaeda, conhecido como Estado Islâmico no Iraque, sobreviveu.

Especializado em ataques com carros-bomba, o grupo continua tendo como alvo as forças do governo e xiitas, enquanto expande suas operações para a vizinha Síria.

Ambições Curdas

Os curdos iraquianos foram um dos principais vencedores da guerra no Iraque. O status autônomo de fato da entidade curda no norte – protegida por uma zona de exclusão aérea ordenada pela ONU desde a Guerra do Golfo de 1991 – foi agora oficialmente reconhecido pela nova constituição do Iraque como o Governo Regional Curdo (KRG).

Rico em recursos petrolíferos e policiado por suas próprias forças de segurança, o Curdistão iraquiano se tornou a região mais próspera e estável do país.

O KRG é o mais próximo que qualquer povo curdo – dividido principalmente entre Iraque, Síria, Irã e Turquia – de um verdadeiro Estado, encorajando os sonhos de independência curdos em outras partes da região.

A guerra civil na Síria deu à minoria curda síria uma oportunidade de renegociar seu status, enquanto forçava a Turquia a considerar o diálogo com seus próprios separatistas curdos. Os curdos iraquianos, ricos em petróleo, sem dúvida desempenharão um papel importante nesses desenvolvimentos.

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