Usar CPF como Chave Pix é arriscado? Veja como se proteger

Hoje em dia, é difícil encontrar alguém que não realize transações via PIX no Brasil. A ferramenta foi lançada no final de 2020, ou seja, há apenas três anos, mas já se transformou na forma de pagamento mais utilizada do país.

Nos últimos anos, a ferramenta caiu na graça da população e teve um crescimento impressionante. O meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC) ganhou uma importância vital nas transações financeiras realizadas no país nestes poucos anos de existência.

Na prática, o sistema consiste na transação de valores financeiros entre contas em poucos segundos, a qualquer hora do dia. Não importa se é dia útil ou feriado, as transações podem ser feitas todos os dias. Isso torna o PIX rápido e prático, sem contar que o sistema também é bastante seguro.

Você sabe o que é chave PIX?

Embora o PIX tenha uma aprovação muito grande no Brasil, várias pessoas ainda ficam preocupadas em relação ao cadastramento de uma chave PIX.

Em resumo, esse termo se refere à forma de identificar uma conta bancária e substitui o uso de informações como agência e conta, ou seja, as pessoas informam a chave PIX para receber um pagamento ou uma transferência.

As pessoas também podem usar a chave PIX para realizar a transferência. Por exemplo, para uma pessoa transferir algum valor para outro usuário precisará da chave, que identifica a conta. As chaves PIX podem ser:

  • CPF ou CNPJ;
  • Número de telefone;
  • E-mail;
  • Chave aleatória.

Veja quais são as características das chaves PIX

De acordo com o BC, as pessoas que possuem conta de Pessoa Física (PF) podem ter até cinco chaves PIX para cada conta. Assim, a pessoa poderá cadastrar cinco chaves aleatórias ou utilizar as demais chaves, que totalizam três, cadastrando outras duas aleatórias.

Já em relação às contas de Pessoa Jurídica (PJ), o BC permite o cadastro de até 20 chaves para cada titularidade. Como as empresas costumam ter uma movimentação financeira mais expressiva que as pessoas físicas, a autarquia permite o cadastramento de quatro vezes mais chaves PIX.

Cabe salientar que não é possível cadastrar a mesma chave em mais de uma conta. Em outras palavras, a chave só pode estar associada a uma única conta. Logo, uma pessoa que utiliza o CPF como chave PIX de uma instituição não poderá usá-lo como chave em outra instituição.

Isso acontece porque o sistema do Banco Central precisa saber exatamente para qual conta o PIX deverá ser enviado ou de qual conta deverá ser feito o pagamento do valor. Dessa forma, não há risco de desconto ou pagamento para a conta errada.

Vale destacar que é possível fazer a portabilidade destas chaves PIX entre instituições, ao menos em relação a CPF, e-mail e número de telefone.

Pessoas físicas podem cadastrar até 5 chaves PIX
Pessoas físicas podem cadastrar até 5 chaves PIX. Imagem: Shutterstock.

Chaves aleatórias são práticas e seguras

Já em relação às chaves aleatórias, as pessoas não precisarão informar qualquer dado pessoal, como CPF ou telefone celular. Em síntese, um código único de 32 caracteres com letras e símbolos é gerado aleatoriamente pelo Banco Central. Assim, esse código fica atrelado à conta que o criou.

A saber, esta opção surgiu para ser utilizada com QR codes gerados pelo aplicativo da instituição financeira. A pessoa que fizer um pagamento só precisará escolher a opção “pagar por QR code”, apontar a câmera do celular para a imagem disponibilizada e informar o valor do PIX. É uma maneira bem simples e rápida de transação.

Contudo, é importante ressaltar que a chave aleatória também poderá ser copiada e enviada por mensagem, assim como ocorre com as demais chaves PIX. Em contrapartida, as chaves aleatórias não permitem portabilidade.

Portanto, a pessoa que criar uma chave aleatória para uma instituição financeira não poderá utilizá-la ou fazer a portabilidade para outra instituição. Nesse caso, haverá a necessidade de criar uma nova chave.

Usar CPF como chave PIX pode trazer riscos

Apesar da possibilidade de usar chaves aleatórias, muitas pessoas acabam utilizando o CPF como chave, principalmente por causa da familiaridade com o documento. Entretanto, especialistas afirmam que o risco é muito elevado para os usuários que utilizam o documento como chave, pois a pessoa pode cair em golpes de criminosos.

Em suma, o indicado é utilizar outras chaves, como e-mail e telefone, ou até mesmo chaves aleatórias, quando a pessoa for realizar compras e pagamentos para estranhos. A principal dica é não utilizar o CPF discriminadamente, em todas as transações realizadas.

Como é possível cadastrar até cinco chaves PIX, o mais recomendado é informar o CPF apenas para pessoas mais próximas, de confiança. Aliás, nem é necessário cadastrar o CPF como chave. As pessoas podem utilizar as demais opções, como e-mail, telefone celular e chave aleatória, que não expõem um dado tão importante quanto o CPF nas transações.

Por fim, os criminosos podem aplicar diversos golpes através do CPF, como a celebração de contratos no nome da pessoa, que pode gerar um grande prejuízo financeiro. Para não ter dor de cabeça futura, não use o CPF como chave PIX. Caso você já tenha uma chave com o documento, faça a sua exclusão e crie outra chave.

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