Taxa básica de juros é reajustada novamente; maior percentual desde abril de 2017

Taxa básica de juros é reajustada novamente; maior percentual desde abril de 2017

A medida não pegou os economistas de surpresas, que já aguardavam o aumento. Segundo as informações, essa é a nona vez consecutiva que a taxa passou por um reajuste considerando o período a partir do mês de março de 2021.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) ampliou, no último dia 17, a taxa básica de juros da economia (Selic), passando de 10,75% para 11,75% ao ano. Este é o maior percentual desde abril de 2017, quando a taxa estava em 12,25% ao ano.

A medida não pegou os economistas de surpresas, que já aguardavam o aumento. Segundo as informações, essa é a nona vez consecutiva que a taxa passou por um reajuste considerando o período a partir do mês de março de 2021. A Selic mínima que estava em 2% recebeu vários acréscimos no decorrer dos meses.

Resultado dos reajustes decididos nas últimas nove reuniões:

  • 16 de março de 2022: 11,75% ao ano;
  • 02 de fevereiro de 2022: 10,75% ao ano;
  • 08 de dezembro de 2021: 9,25% ao ano;
  • 27 de outubro de 2021: 7,75% ao ano;
  • 22 de setembro de 2021: 6,25% ao ano;
  • 04 de agosto de 2021: 5,25% ao ano;
  • 16 de junho de 2021: 4,25% ao ano;
  • 05 de maio de 2021: 3,5% ao ano;
  • 17 de março de 2021: 2,75% ao ano;
  • 20 de janeiro de 2021: 2% ao ano.

Segundo o Copom, a nova alta pode ser justificada nos efeitos internacionais causados pela guerra entre Rússia e Ucrânia, o que levou a “um aperto significativo das condições financeiras e aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial”.

No que se refere aos fatores nacionais, a inflação ao consumidor “seguiu surpreendendo negativamente. Essa surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos itens associados à inflação subjacente”.

“Diante da volatilidade recente e do impacto sobre as projeções de inflação de sua hipótese usual para o preço do petróleo em USD**, o Comitê decidiu adotar também, neste momento, um cenário alternativo. Nesse cenário, considerado de maior probabilidade, adota-se a premissa na qual o preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado até o fim de 2022, terminando o ano em US$100/barril e passando a aumentar dois por cento ao ano a partir de janeiro de 2023. Nesse cenário, as projeções de inflação do Copom situam-se em 6,3% para 2022 e 3,1% para 2023”

Na reunião realizada em fevereiro, na qual a Selic foi elevada em 1,50 ponto percentual, de acordo com o BC a intenção foi reduzir o ritmo de alta dos juros básicos. No entanto, devido aos conflitos na Ucrânia, em que se destaca o impacto nos preços de commodities, as taxas inflacionárias têm disparado, já com efeitos no percentual de 2023.

Todavia, agora o Comitê considera que, “diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”.

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