Copom reduz taxa de juros Selic para 12,25% ao ano (Entenda!)

Inflação no país permitiu o corte pelo Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) cortou a taxa de juros básica da economia nacional, Selic, pela terceira vez consecutiva. A princípio, foi um corte de 0,5 pontos percentuais, para 12,25% ao ano. Uma das causas para essa redução é o comportamento da inflação nos últimos meses.

Todavia, é importante ressaltar que o corte na taxa Selic já era esperado pelo mercado financeiro do país. O Copom emitiu um comunicado no qual afirmou que os países emergentes, incluindo o Brasil, têm se preocupado com a economia internacional, para que possam, efetivamente, reduzir as suas taxas de juros.

Em sua nota, o Copom, sobre os últimos cortes na taxa Selic diz que, “O ambiente externo mostra-se adverso, em função da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da resiliência dos núcleos de inflação em níveis ainda elevados em diversos países e de novas tensões geopolíticas”.

Analogamente, o Copom do Banco Central diz que enfrenta inúmeras dificuldades, mas que mesmo assim deverá realizar novos cortes de 0,50 pontos percentuais em suas próximas reuniões. Entretanto, o comitê afirma que poderá alterar sua política monetária e o corte da Selic, se as condições econômicas se tornarem adversas.

Corte da taxa Selic

Ademais, o Copom em seu comunicado diz que uma maior flexibilização em um amplo período de tempo, deverá considerar o cenário inflacionário no país. O foco se dá principalmente nos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade da economia brasileira, estimativas de inflação e projeções futuras.

Desse modo, é conveniente observar que neste momento, a taxa Selic está em seu menor patamar desde maio de 2022. Na época, os juros anuais básicos da economia estavam em 11,75%. Entre março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou o índice por 12 vezes consecutivas, criando um grande ciclo de aperto monetário.

Vale ressaltar que esse aperto monetário se deve ao fato de que houve um aumento da taxa selic em razão de uma alta considerável no preço dos alimentos no período, de energia e também de combustíveis. Durante um ano, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, houve a manutenção da taxa de juros Selic em 13,75%, em sete reuniões.

Curiosamente, antes desse grande ciclo de alta da taxa de juros, a Selic havia sido reduzida a 2% ao ano, considerado o menor nível do índice anual desde a série histórica que teve início no ano de 1986. Em razão da pandemia de covid-19 e da retração econômica, o Banco Central havia tomado a decisão de cortar os juros.

Taxa de juros Selic
Taxa de juros Selic/Fonte: The Capital Advisor

Razões para o corte da Selic

Com a economia em baixa, o Banco Central e o Copom, decidiram cortar a taxa Selic para estimular a produção nacional e o consumo da população brasileira. Em síntese, os juros anuais, por essas e outras razões, acabaram ficando no menor patamar da história do país, entre o período de agosto de 2020 a março de 2021.

Inflação brasileira

O Copom do Banco Central, utiliza a taxa Selic como o principal instrumento para conter a pressão inflacionária oficial em todo o território nacional, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Deve-se observar que no mês de setembro de 2023, o índice ficou em 0,26%, acumulando 5,19% em 12 meses.

Em suma, no primeiro semestre de 2023 houveram algumas quedas na inflação durante os seis primeiros meses do ano. No segundo semestre, no entanto, a inflação voltou a subir. Economistas já esperavam essa alta. No ano passado, o IPCA acabou ficando acima da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Aliás, o CMN projetou como meta para a inflação oficial do país em 2023, 3,25% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual. Isso quer dizer que o IPCA poderá ficar entre 1,75% a 4,75% este ano. O Banco Central divulgou em setembro o seu Relatório de Inflação projetando uma pressão inflacionária no país, de 5%.

Em conclusão, é possível que essa estimativa seja revista para baixo, em um novo relatório que deve ser divulgado em dezembro deste ano. O mercado financeiro está um pouco mais otimista, e prevê um IPCA de 4,63% em 2023. Dessa maneira, é possível que haja ainda mais espaço para que o Copom corte a taxa Selic.

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