Juros bancários CAEM pelo 6º mês seguido no Brasil

Os juros bancários médios do país recuaram novamente em novembro de 2023. De acordo com o Banco Central (BC), a taxa média de juros com recursos livres de pessoas físicas e empresas caiu para 41,8% ao ano no oitavo mês de 2023.

A taxa ficou 0,8 ponto percentual (p.p.) menor que os juros registrados em outubro (42,6%), mostrando que o recuo foi leve. Ainda assim, o resultado é muito positivo para a população brasileira, visto que a taxa atingiu o menor patamar desde setembro de 2022 (40,5% ao ano), ou seja, esse é o melhor resultado em 14 meses.

A propósito, este foi o sexto mês consecutivo de queda dos juros bancários no Brasil. Ainda assim, a taxa ainda continua elevada, comprometendo o orçamento de muitas pessoas.

Juros bancários caem para o menor nível desde setembro de 2022
Juros bancários caem para o menor nível desde setembro de 2022. Imagem: Reprodução.

Taxa de juros recua na base anual

Além de ter recuado na comparação mensal, a taxa acumulada nos últimos 12 meses até novembro caiu de maneira ainda mais intensa. Em resumo, os juros recuaram 1,2 p.p. em relação a novembro de 2022, quando a taxa estava em 43,0% ao ano.

Vale destacar que a trajetória dos juros bancários cresceu nos últimos anos, dificultando a vida dos brasileiros. Em 2021, os juros acumularam alta de 8,4 p.p., enquanto o avanço registrado em 2022 ficou em 8,2 p.p. A título de comparação, estes foram os maiores avanços anuais desde 2015, quando o juro bancário disparou 9,9 p.p. no país.

Por outro lado, em 2023, a taxa acumula queda de 1,2 p.p. Esse resultado mostra que os juros estão mais baixos que em 2022, registrando a primeira queda em três anos. Entretanto, o patamar segue bem mais elevado que o desejado pelos brasileiros.

A título de comparação, o nível dos juros se manteve abaixo de 30% ao ano durante todo o primeiro semestre de 2021. No entanto, a taxa passou a acelerar nos últimos meses daquele ano, pressionado pelo aumento da taxa Selic no país e aumentando as dificuldades para as famílias brasileiras.

A propósito, o Banco Central (BC) divulgou os dados nesta quinta-feira (4). Em suma, o indicador da entidade financeira não inclui os créditos habitacional, rural e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Juros caem para pessoas físicas, mas sobem para empresas

Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas alcançou 22,2% ao ano em novembro de 2023. Isso representa uma queda de 0,6 p.p. na comparação com o mês anterior, quando a taxa ficou em 22,8% ao ano. Já na base anual, o recuo foi de 1,0 p.p.

Da mesma forma, os juros médios cobrados nas operações com pessoa física também recuaram no mês, mas a queda foi ainda mais intensa, de 1,2 p.p. Na comparação com novembro de 2022, o tombo chegou a 2,4 p.p.

Apesar das reduções, os juros bancários seguem muito maiores para pessoas físicas do que para empresas. Com o recuo de novembro, a taxa média dos juros atingiu 54,9% ao ano, valor quase 2,5 vezes superior à taxa de operações com empresas.

Seja com for, os juros bancários estão caindo no país devido aos cortes da taxa Selic. Isso porque o BC elevou reduziu quatro vezes consecutivas a taxa Selic, entre agosto e dezembro de 2023. Com isso, os juros bancários passaram a cair no país, aliviando um pouco o orçamento das famílias.

Para quem não sabe, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação no país. A Selic elevada impulsiona os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.

Como a inflação está mais controlada, o BC passou a reduzir os juros no segundo semestre do ano passado, e os cortes devem continuar acontecendo nos próximos meses.

Endividamento atinge menor nível em dois anos

O BC também revelou que o endividamento das famílias com entidades financeiras caiu para 47,6% em outubro de 2023. Em suma, esse é o menor patamar para o indicador desde setembro de 2021 (47,5%), ou seja, em mais de dois anos.

Em relação ao mês anterior, o recuo foi bem tímido, de apenas 0,1 p.p. No entanto, na comparação com outubro de 2022, a queda chegou a 2,1 p.p., resultado bastante intenso, que ajudou a reduzir a taxa para o menor nível desde 2021.

Por sua vez, a taxa de inadimplência do crédito total diminuiu 0,1 p.p. em novembro, atingindo 3,4%. Esse resultado aconteceu devido aos seguintes resultados:

  • Inadimplência do crédito às pessoas jurídicas cresceu 0,1 p.p., para 2,9%;
  • Inadimplência para pessoas físicas recuou 0,1 p.p., atingindo 3,8%.
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