Sem Auxílio Emergencial, vendas do varejo caem no mês de março

Os três primeiros meses do ano foram difíceis para quem trabalha com vendas de varejo no Brasil. De acordo com as informações de pesquisas dos principais indicadores econômicos do Brasil, a queda no setor foi perceptível. E a falta de Auxílio Emergencial ajudou neste resultado.

Pelo menos é isso o que indica a projeção do Índice Cielo De Varejo Amplicado (ICVA). De acordo com esse indicador, a queda de vendas nessa área do Brasil foi de cerca de 10%. Isso se compararmos com o mesmo período do ano passado.

Outro indicador que aponta uma queda na área é o Departamento Econômico do Santander, em parceria com a GetNet. Por essa projeção, a queda seria ainda maior. Seria de 11,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. São portanto dois números que preocupam o Governo.

“Março foi um mês bastante difícil para o empreendedor e estamos vendo o começo de abril parecido. Além disso, o retorno do auxílio emergencial não devolverá as perdas registradas nos últimos meses, já que o montante do benefício é menor”, disse Pedro Coutinho, que é CEO da Getnet.

De acordo com esses dois indicadores as maiores quedas foram nas áreas das vendas de vestuário, supermercados e hipermercados. Essas foram portanto as três áreas que mais sofreram com quedas de vendas neste último mês de março.

Impacto do Auxílio

De acordo com analistas econômicos, o Auxílio Emergencial tem impacto direto nas vendas de varejo por todo o país. No ano passado, foi justamente o dinheiro desse auxílio que fez com que muita gente acabasse usando a quantia nos comércios locais nas suas cidades.

As pesquisas indicam que sobretudo as cidades do interior do Nordeste sentiram uma grande diferença na dinâmica da economia local. Ao ganhar a quantia de R$ 600 por mês, essas pessoas se sentiram mais seguras para comprar mais alimentos, roupas e outros itens no comércio local.

Até por isso, os supermercados passaram a registrar cifras recordes de lucros no período da pandemia. Mesmo com todas as medidas de restrição, esses locais não chegaram a fechar em nenhum momento. Isso porque se entende que são estabelecimentos essenciais.

Projeção para o futuro

Como disse o CEO da GetNet, o novo Auxílio Emergencial não deve mudar o cenário atual de forma muito positiva. É que mesmo que o Auxílio volte para o radar, é inegável que o valor agora não permita que os beneficiários gastem da mesma forma.

De acordo com a própria Caixa Econômica Federal, o novo Auxílio vai ter quatro parcelas. Essas parcelas irão variar entre R$ 150 e R$ 375. Mas de acordo com o próprio Ministério da Cidadania, que é a pasta que responde pelo Auxílio, a maioria das pessoas vai receber mesmo o valor menor

Dessa forma, já se sabe que com R$ 150 não dá para fazer muita coisa. Mesmo que os especialistas projetem uma melhora, os últimos resultados levam a acreditar que nem o novo Auxílio vai salvar muito o varejo do Brasil. Pelo menos não durante os próximos meses.

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