Reajuste: servidores não descartam realização de greve geral, diz sindicato

Sindicatos começam a sinalizar insatisfação com a decisão do Governo Federal de não dar o reajuste salarial para os servidores federais

Servidores federais poderão entrar em uma greve geral ainda nos próximos meses. Ao menos esta é a indicação feita nesta segunda-feira (13), pelo secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva. De acordo com ele, os trabalhadores podem se organizar caso o Governo não dê uma resposta sobre os pedidos de reajuste salarial.

“As greves que estão acontecendo na base do funcionalismo dão a dimensão da indignação da categoria. Nós vamos continuar debatendo e dialogando para que a categoria amplie cada vez mais essa indignação”, disse Sérgio Ronaldo nesta segunda, 13, se referindo às últimas declarações do Ministro da Economia, Paulo Guedes e do presidente, Jair Bolsonaro (PL).

Recentemente, ambos disseram que não conseguirão pagar um reajuste salarial de até 5% que eles prometeram nos últimos meses. Segundo Guedes, não há mais espaço para pagar nem mesmo este aumento para os trabalhadores. De todo modo, ele garantiu que conseguirá pagar o adicional no salário a partir do próximo ano.

Desde o início do ano, algumas categorias realizaram paralisações e até mesmo greves para pedir pelo reajuste salarial. Em geral, os trabalhadores pediram um aumento de mais de 19%, embora seja importante lembrar que esta taxa varia de acordo com cada categoria. Em um primeiro momento, o Governo negou a possibilidade de aumento.

No entanto, recentemente o Ministro Paulo Guedes disse que poderia pagar um reajuste salarial de até 5% para todas as categorias ainda neste ano. A indicação agradou alguns trabalhadores, que decidiram dar fim ao processo de greve. Todavia, outros setores seguem paralisados, como é o caso dos servidores do Banco Central (BC) e também do Tesouro Nacional.

Promessa para os servidores de segurança

Toda a polêmica começou ainda no final do ano passado, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou em mais de uma entrevista que pagaria um reajuste salarial, mas apenas para os servidores federais da área de segurança.

A promessa do presidente irritou trabalhadores de outras categorias, que também começaram a pedir pelo reajuste que não é pago há quatro anos. Eles pediram para que o governo pagasse o aumento de forma linear, ou seja, o mesmo reajuste para todos os servidores.

Diante da sinalização negativa, alguns setores decidiram paralisar as atividades e pedir pelo reajuste. Com a nova sinalização do Governo de que não mais pagará o aumento para ninguém, há um temor de que uma greve geral aconteça mais uma vez.

Greves dos servidores

Ainda no final do mês de maio, o Governo Federal conseguiu chegar em um acordo para suspender a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os trabalhadores voltaram para as agências desde o último dia 23 de maio.

O mesmo não se pode dizer dos servidores do Banco Central. Mesmo depois da sinalização de aumento linear de 5% para todos o funcionalismo, eles decidiram seguir com a paralisação, assim como os trabalhadores do Tesouro Nacional.

Desde que sinalizou que não pagaria o reajuste este ano, o Governo ainda não tinha recebido indicações de que os servidores poderiam realizar uma greve geral. Com a indicação da Condsef, o cenário começa a mudar.

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