Reajuste salarial: Câmara convida Paulo Guedes para explicar polêmica

Reajuste salarial: Câmara convida Paulo Guedes para explicar polêmica

Ministro da Economia foi convocado pela Câmara dos Deputados para explicar reajuste para os agentes da área de segurança pública

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (17), um convite para que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, dê explicações sobre a situação do reajuste para membros da segurança pública federal. A ideia de convocação foi apresentada pelo deputado federal Luis Miranda (Republicanos-DF).

Dessa forma, a recomendação da convocação foi dada ainda na última semana pelo Ministro da Justiça, Anderson Torres. Assim, é possível perceber que o convite acabou sendo uma manobra do próprio Governo Federal. O objetivo é fazer com que Paulo Guedes consiga ter um canal de comunicação com os profissionais de segurança, que querem o reajuste.

O deputado Luis Miranda defendeu a convocação. “Tendo em vista que há previsão orçamentária, já aprovada no Congresso Nacional para atender esses agentes, é necessidade o comparecimento do ministro da Economia. O ministro da Justiça atribui a morosidade ou a trava da reestruturação e aumento ao ministro da Economia”, afirmou o deputado.

Como se trata de um convite, o Ministro da Economia não tem necessariamente a obrigação de comparecer. De qualquer forma, informações de bastidores dão conta de que ele marcará uma data para dar as explicações pelo não reajuste dos servidores federais até este momento. Todavia, ainda não há previsão do dia.

Inicialmente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que pagaria um reajuste maior para todos os servidores de segurança. A notícia foi comemorada pelos trabalhadores da área. Porém, a informação acabou gerando revolta entre os servidores de outros setores que, assim como os policiais, não ganham um reajuste há alguns anos.

A insatisfação acabou ganhando campo e se transformou em greves e paralisações de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e também do Banco Central (BC). Após o movimento dos trabalhadores, o Governo passou a sinalizar que pagaria um aumento para todo mundo, só que em menor proporção do que aquele que estava previsto.

Novo aumento

A proposta de elevação passaria a ser de 5% de aumento para todos os servidores, e não apenas aqueles que trabalham na área de segurança. Embora a sinalização tenha sido feita, os trabalhadores federais querem mais.

Prova disso, é que boa parte do movimento grevista continua acontecendo. Neste momento, parte dos servidores do INSS seguem parados e pedem por um reajuste salarial maior. Os servidores do BC também estão com os braços cruzados.

Caso pague o reajuste de apenas 5%, como previsto na sinalização inicial, o Governo teria que desembolsar pouco mais de R$ 6,5 bilhões. Hoje, o orçamento só prevê espaço para a retirada de R$ 1,7 bilhão para este fim. O Ministério da Economia ainda não encontrou solução para a equação.

Convite

É neste contexto que o Ministro da Economia está sendo convidado a dar explicações sobre o reajuste. Há a expectativa de que ele detalhe qual é o real plano do Governo Federal para os pagamentos dos reajustes aos trabalhadores.

“Transformamos a convocação em convite, mas dando prazo ao Ministro, ele tem as próximas duas reuniões da comissão para se prontificar a vir aqui pelo convite”, disse o presidente da Comissão, Aluísio Mendes.

“Caso contrário, faremos a convocação na primeira reunião do mês de junho para que o ministro venha a essa comissão”, completou ele. Oficialmente, Guedes ainda não comentou o convite feito pela Câmara dos Deputados.

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