Greve do BC continua mesmo após nova tentativa de acordo

Governo Federal teria enviado proposta de aumento de 22% no salário dos servidores do BC. Mas documento já foi sustado

O Banco Central (BC) tentou mais um acordo com os servidores do Banco Central (BC) nesta semana. No entanto, a nova tentativa de acordo não foi aceita e a paralisação dos trabalhadores da instituição deve seguir por tempo indeterminado. Ainda não há uma data para uma nova negociação até este momento.

Nesta semana, o Banco central enviou uma minuta de uma Medida Provisória (MP) para o Ministério da Economia. O documento estabelecia um reajuste de 22% nos salários dos servidores do Banco Central. A taxa é menor do que a proposta pelos trabalhadores, mas maior do que a proposta inicialmente pelo Governo, que era de 5%.

No entanto, nesta quinta-feira (12), o Banco Central desistiu da ideia de dar o aumento de 22% para os servidores. A instituição decidiu voltar atrás e chegou a lançar uma nota em que critica o seu próprio documento enviado para o Ministério da Cidadania. Dessa forma, as discussões voltam para o seu ponto inicial.

“O Banco Central detectou inconsistências no texto de minuta de Medida Provisória para a reestruturação das carreiras e a modernização da gestão de pessoas nesta autarquia. Por isso, fez sua retirada do Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais do Governo Federal (Sidof)”, diz o comunicado da entidade divulgado na noite de quinta (12).

No início deste mês, o Banco Central anunciou que suspenderia, mais uma vez, a divulgação das análises e indicadores econômicos justamente devido ao movimento grevista. Como dito, a paralisação segue sem data para acabar. Os próprios grevistas confirmaram a informações durante nova assembleia nesta semana.

Greve segue

A última reunião realizada pelos grevistas aconteceu ainda na terça-feira (10). Na ocasião, os trabalhadores aprovaram a continuidade do movimento através de uma assembleia. O Sindicato que representa a categoria aponta que 85% dos trabalhadores votaram pela manutenção do movimento.

Vale lembrar que os grevistas pararam a greve durante uma semana ainda no final do último mês de abril. Todavia, a paralisação foi retomada ainda no último dia 3 de maio, depois que os servidores consideraram que “não houve avanço” nas negociações.

Oficialmente, a categoria quer um reajuste salarial de 27%. Trata-se da taxa que representaria a reposição da inflação de todos os anos em que não houve aumento. A classe não tem uma alteração de salário desde 2016.

“A greve tem adesão majoritária e vai continuar a afetar o Relatório Focus, a divulgação da ptax, a assinatura de processos de autorização no sistema financeiro, a realização de eventos e reuniões com o sistema financeiro e outras atividades”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central do Brasil (Sinal), Fábio Faiad.

Críticas ao Governo

No início desta semana, o Sinal enviou uma declaração em que critica o presidente Jair Bolsonaro por um suposto “uso eleitoral do PIX”. Entre outras coisas, os servidores disseram que o Governo atual não seria o criador do sistema.

“É importante ressaltar que o início do projeto do Pix é bem anterior ao mandato do atual presidente da República”, diz a nota. “A portaria do Banco Central n. 97.909, que instituiu o grupo de trabalho para desenvolver uma ferramenta interbancária de pagamento instantâneo, foi publicada em 3 de maio de 2018, muito antes da eleição do atual governo”, completa o documento do Sinal.

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