Petrobras ELEVA em 17% o preço do querosene de aviação

Avanço sucede redução de 11,6% anunciada em janeiro; preço das passagens aéreas podem subir e afetar consumidores do país

A Petrobras anunciou na quarta-feira (1º) um novo reajuste sobre o querosene de aviação (QAV). Desde ontem, o preço médio do combustível está 17,1% mais caro no país.

A saber, a alta no preço do QAV sucede quatro reduções consecutivas promovidas pela Petrobras. Veja abaixo os últimos reajustes no valor do combustível, realizados no final de 2022 e no início de 2023:

  • Agosto: -2,6%;
  • Setembro: -10,4%
  • Outubro: -0,84%
  • Janeiro: -11,6%

“Conforme prática que remonta os últimos 20 anos, os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmula contratual negociada com as distribuidoras”, explicou a Petrobras, em nota.

“Os preços de venda de QAV da Petrobras buscam equilíbrio com o mercado e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo, com reajustes aplicados em base mensal, mitigando a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio”, acrescentou.

A forte alta do QAV elimina o recuo registrado em janeiro. Com isso, a variação acumulada pelo combustível passou a ser positiva no país em 2023, ou seja, as distribuidoras estão tendo que pagar mais caro pelo combustível do que no final do ano passado

Por falar nisso, o QAV acumulou uma forte em 2022, de mais de 63%, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear). Por isso que o sinal de alerta está ligado, pois os consumidores temem que os preços elevados do combustível impulsionem os preços das passagens aéreas no Brasil.

Passagens aéreas podem ficar mais caras no país

No primeiro semestre do ano passado, a Petrobras elevou de maneira significativa o preço do QAV no país. Por isso que o combustível fechou o ano mais caro, apesar dos recuos registrados nos últimos meses.

Estas elevações impactaram diretamente os preços das passagens aéreas no país em 2022. Isso aconteceu porque os combustíveis exercem impacto nos custos operacionais das companhias aéreas, e isso acaba sendo repassado para os consumidores finais.

De acordo com a Abear, cerca de um terço dos custos das companhias aéreas é com combustível. Isso explica a elevação das passagens na primeira metade de 2022, uma vez que as empresas também tiveram que pagar mais caro para continuar com a operação no país.

Vale destacar que os aumentos tendem a ser repassados com bastante velocidade para os consumidores. Por isso, há uma forte expectativa de aumento nos preços das passagens aéreas nos próximos dias, já refletindo o reajuste do QAV promovido pela Petrobras.

Quando houve reduções nos meses anteriores, os consumidores também torceram para que as passagens aéreas ficassem mais baratas. Contudo, as reduções sempre demoram mais tempo para serem colocadas em prática. Aliás, houve brasileiros que nem perceberam redução alguma nos valores das passagens aéreas.

A saber, há outros fatores que compõem os preços cobrados pelas companhias aéreas, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com mão de obra. Por isso, as reduções do QAV nem sempre são repassadas para os consumidores.

Por outro lado, quando há elevação nos preços do combustível, as companhias aéreas costumam repassar com rapidez esses reajustes para os consumidores.

Dólar também afeta preço das passagens

Além dos combustíveis, as passagens aéreas também ficam mais caras em períodos de desvalorização do real. Para este ano, os analistas projetam que o dólar permaneça cotado acima de R$ 5. Por isso, as passagens aéreas também deverão se manter mais caras para os consumidores.

As companhias aéreas também acreditam que a retomada das viagens internacionais ficará ainda mais forte neste ano. Em síntese, as viagens corporativas, que visam desenvolver a economia no pós-pandemia, deverá impulsionar a demanda por passagens aéreas. E, quanto maior a procura, mais altos tendem a ficar os preços.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), as passagens aéreas acumularam uma forte alta de 24% em 2022, taxa bem superior à variação do próprio indicador, de 5,9% no período. Aliás, o IPCA-15 é considerado a prévia da inflação oficial do Brasil.

A Abear afirmou que o ano de 2023 será marcado pela retomada do crescimento das viagens domésticas e pela retomada das operações internacionais. No entanto, o setor aéreo ainda deverá enfrentar alguns desafios, como os preços do QAV, que afetam os valores da passagens aéreas, e a busca pelo combustível sustentável.

“Se formos capazes de enfrentar esses desafios em 2023, a aviação brasileira voltará a ser mais competitiva, assim como aconteceu no período entre 2002 e 2017 que, contanto com o modelo de liberdade tarifária, aliado ao aumento do emprego e do poder de consumo da população, saltamos de 30 para 100 milhões de passageiros transportados ao final desses 15 anos, muitos pela primeira vez”, disse a Abear.

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