Partido distorce números do Auxílio Brasil em guia de campanha

Partido do presidente Jair Bolsonaro (PL) distorceu números do Auxílio Brasil, em guia oficial para aliados do Governo Federal

Nesta semana, o Partido Liberal (PL) enviou um ofício que funciona como uma espécie de guia de campanha para aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). O documento, que foi assinado pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, aponta para números imprecisos e falsos sobre os pagamentos do programa Auxílio Brasil.

O guia de campanha diz que os aliados precisam focar nos números do projeto social nos próximos meses até a eleição. De acordo com o texto, o Auxílio Brasil chegou a atender mais de 39 milhões de pessoas, com um valor de R$ 600 mínimos para cada família. Os números podem levar o eleitor ao erro em vários sentidos.

Conforme informações do Ministério da Cidadania, que é o órgão oficial responsável pelos pagamentos do programa, o Auxílio Brasil do Governo Federal nunca chegou a atender mais de 39 milhões de pessoas. O recorde visto até agora é de 20 milhões, que está sendo alcançado neste mês de agosto.

Pode-se imaginar que o PL esteja se referindo não ao Auxílio Brasil, mas ao Auxílio Emergencial de 2021. Este programa de fato chegou a atender mais de 39 milhões de pessoas. Entretanto, os valores não chegavam a R$ 600. Dados do Ministério da Cidadania, apontam que o maior saldo pago era de R$ 375, e que a maioria recebia mesmo R$ 150.

Em resumo, o documento oficial do PL selecionou os maiores números dos últimos programas sociais do Governo Federal para apresentar como um benefício único, o que não aconteceu. Procurado por veículos de imprensa como jornal O Globo, a legenda do presidente Jair Bolsonaro (PL), não comentou as sinalizações de erro.

O que é verdade?

Na verdade, o Governo Federal conseguiu aumentar os valores do programa Auxílio Brasil ao menos duas vezes no último ano. Inicialmente, o projeto pagava uma média de R$ 220, passou para um piso de R$ 400 e a partir de agosto passará a ser de R$ 600.

O novo aumento, aliás, começa a valer já a partir desta terça-feira (9). Como dito, os repasses do benefício acontecem para mais de 20 milhões de pessoas. Veja abaixo o calendário detalhado de liberações para os beneficiários do programa social.

9 de agosto: Usuários com NIS final 1
10 de agosto: Usuários com NIS final 2
11 de agosto: Usuários com NIS final 3
12 de agosto: Usuários com NIS final 4
15 de agosto: Usuários com NIS final 5
16 de agosto: Usuários com NIS final 6
17 de agosto: Usuários com NIS final 7
18 de agosto: Usuários com NIS final 8
19 de agosto: Usuários com NIS final 9
22 de agosto: Usuários com NIS final 0

Auxílio Brasil x eleições

O Auxílio Brasil deverá ser um dos temas recorrentes nas eleições presidenciais deste ano. Mesmo antes do início oficial da campanha política, alguns pré-candidatos já começaram a falar sobre o assunto em aparições públicas.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) já disse publicamente que manterá o valor de R$ 600 do programa no ano de 2023, caso seja reeleito este ano. Oficialmente, a PEC dos Benefícios prevê a liberação turbinada até o final deste ano.

O ex-presidente Lula (PT), também vem falando sobre o assunto. Em declaração recente, o petista prometeu manter o valor do benefício na casa dos R$ 600 em 2023. Além disso, ele também afirmou que mudará o nome do projeto para Bolsa Família mais uma vez.

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