O que está por trás da criação de um jogo de videogame?

De aprendizado de máquina a efeitos de alta resolução, o universo dos jogos está evoluindo junto com a inteligência artificial

Quando um gamer adquire um novo jogo de videogame, ele está mais interessado em explorar aquele novo mundo e passar por uma jornada que traga experiências diferentes. No entanto, não são todos que pensam em como um jogo digital é feito. Que tecnologias ajudam para que um game seja desenvolvido? A SAS, uma empresa especializada em soluções de análise de dados, listou algumas tecnologias que estão por trás da criação de um jogo de videogame.

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A primeira delas é o Machine Learning, termo em inglês para aprendizado de máquina, que é o processo para que um software possa entender padrões e aprender com eles de forma automática. Basicamente, este é o princípio da inteligência artificial. 

No caso dos games, o sistema computacional joga milhares de vezes e aprende, por eliminação dos erros, quais passos seguir e qual a melhor maneira de agir de acordo com as fases e desafios, como qual o momento de pular, atirar, se defender e interagir com o jogador de verdade, que estará do outro lado da tela. 

Indo mais além na inteligência artificial 

Na criação de jogos de videogame também é utilizado o conceito de Reinforcement Learning (aprendizagem por reforço) que é quando a inteligência artificial aprende com base na repetição, ou seja, são feitos testes insistentemente. O jogo treina o que aprendeu no primeiro passo de machine learning e vai aperfeiçoando suas habilidades para chegar cada vez mais próximo da perfeição. 

A SAS lembra do caso de Quake III Arena. Criado em 2019 por programadores britânicos, o jogo de tiro tinha uma “equipe virtual”, feita de algoritmos, que utilizava o aprendizado por reforço. Esse esquadrão de inteligência artificial conseguiu vencer 75% dos jogos contra os humanos, mesmo depois de 12 horas de treino das pessoas envolvidas no teste. O que mostra a capacidade dessa tecnologia. 

Ainda utilizando conceitos de inteligência artificial, está o Deep Learning Super Sampling (DLSS), uma tecnologia da Nvidia, fornecedor de tecnologia conhecido no mundo gamer por suas placas de vídeo. Implementada nos jogos, a DLSS serve para que eles rodem em resoluções mais altas sem exigir muito da placa de vídeo. 

Quando um usuário deseja jogar em uma tela 4K, por exemplo, e aproveitar todos os gráficos do jogo, o visor precisa mostrar mais de 8 milhões de pixels que devem ser atualizados por, pelo menos, 60 vezes a cada segundo, exigindo muito da placa gráfica. O DLSS ajuda o computador ou videogame a otimizar esse processo e gerar uma imagem com resolução maior do que a inicial, tornando a experiência melhor para todos os usuários, mesmo que não tenham a placa ideal para tal jogo. 

Tamanho de mercado 

O mercado de games foi bastante influenciado pela pandemia de covid-19. De acordo com dados da Pesquisa Games Brasil (PGB) de 2021, realizada com cerca de 12,5 mil pessoas, 42,2% dos jogadores têm investido mais dinheiro com os games. 

Isso, claro, influencia também no volume de horas que as pessoas passam jogando, já que elas acabaram passando mais tempo em casa. Dados de um levantamento da Prota Games, produtora de conteúdo sobre o setor, apontam que mais da metade (51%) dos gamers brasileiros entrevistados passam acima de 20 horas semanais à frente dos jogos eletrônicos, seja no computador ou nos consoles. A pesquisa ouviu 4,1 mil pessoas durante o mês de outubro. 

A pesquisa da Prota ainda mostra que 20% afirmam jogar de 5 a 10 horas por semana, enquanto 10% responderam que destinam de 10 a 15 horas semanais aos jogos. Apenas 9% disseram jogar até 2 horas por semana e 8% ficam entre 10 e 15 horas. 

Como resultado, o mercado global de games apresenta bons índices de crescimento. Segundo a SuperData, departamento de análise e pesquisa da Nielsen Games, o faturamento do setor deve crescer 12% em 2021 na comparação com o ano passado. Isso representa uma receita de US$ 126,6 bilhões.

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