O Vice-Presidente Hamilton Mourão defendeu subsidiar o preço dos combustíveispor ao menos três a quatro meses para poder conter a alta, devido ao conflito armado na Ucrânia que acabou intensificando a demanda por petróleo e chegou a elevar o preço da commodity para US$ 139.
A declaração foi dada por Mourão nesta quarta-feira (9) e considerou que a melhor linha de ação a se tomar, neste momento, é utilizar dos royalties e dividendos da Petrobras para subsidiar a alta dos combustíveis até o final do primeiro semestre.
O valor final do preço dos combustíveis nas bombas acaba sendo decisivo para conter a inflação e também pensando na popularidade de Jair Bolsonaro que vai tentar a reeleição em 2022.
Royalties do Pré-sal serão utilizados
Além dos royalties do Pré-sal, o Governo Federal também pretende utilizar os dividendos da Petrobras para ter como realizar esse subsídio no preço dos combustíveis. A melhor linha de ação será aquela que causar menos danos posterior após o aumento do combustível no país, sendo que neste momento é bem provável que os royalties e dividendos da Petrobras venham a ser utilizados.
A previsão indica que será necessário um orçamento de R$ 13 bilhões, no máximo de R$ 14 bilhões durante os próximos três ou quatro meses. Isso deverá acontecer até que o conflito se amenize e dessa maneira o preço do barril de petróleo volte ao patamar que estava antes ou próximo do início do conflito na Ucrânia.
Jair Bolsonaro deverá participar de reunião com equipe da pasta da economia
Bolsonaro se reuniu na manhã desta quarta-feira (9) com os ministros da Casa Civil, Economia, Minas e Energia, além do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.
A pauta que foi debatida em reunião não foi divulgada, porém, o mais esperado é que as autoridades foquem em uma saída para encontrar alternativas em meio à alta do preço do petróleo no exterior e também o preço dos combustíveis. No atual momento, a política de preços da Petrobras prevê que isso deva acontecer.
Posicionamento do governo quanto aos combustíveis
O tema já havia sido discutido por vários parlamentares na última terça-feira (8). A principal proposta é de fato subsidiar o preço do combustível por três meses, o que poderia custar até R$ 27 bilhões no orçamento dos cofres públicos. A proposta permitirá que cada preço do barril de petróleo seja negociado por até US$ 95.
Qualquer aquisição acima desse preço, faria com que o Governo Federal tivesse que arcar com mais R$ 300 milhões por ponto percentual de defasagem, considerando que na terça-feira o preço do barril de petróleo chegou a cotação histórica de US$ 139.
Bolsonaro fez ao longo desta semana uma série de críticas a política da Petrobras sobre o preço dos combustíveis e defendeu que fosse realizado mudanças daqui para a frente. O anúncio recente dos EUA de realizar um bloqueio do petróleo vindo da Rússia também foi um motor para elevar o preço do barril de petróleo em todo o mundo.