Maioria dos trabalhadores sem carteira gostaria de se formalizar, diz FGV

Novo relatório divulgado pela FGV-IBRE mostra que 7 em cada 10 trabalhadores brasileiros gostariam de se formalizar

Em um contexto de aumento da informalidade em todo o país, a maioria dos brasileiros gostaria de conseguir um emprego formal. Ao menos é o que aponta um novo levantamento da Sondagem do Mercado, divulgado na manhã desta terça-feira (6) pelo FGV-IBRE.

A pesquisa identificou um grupo de trabalhadores que atuam por conta própria e perguntou para estas pessoas se elas gostariam de mudar de emprego e conseguir um trabalho formal. Para 69,6% dos empregados informais, a resposta é sim. Do outro lado da história, cerca de 30% disseram que preferem se manter da maneira como estão agora.

Considerando apenas as pessoas que desejam se tornar empregados formais, o motivo mais apontado para o desejo de mudança é a questão do ganho fixo. Um trabalhador formalizado naturalmente recebe um valor fixado todos os meses, isto é, ele não precisa se preocupar constantemente com os valores que conseguirá receber. Este foi o argumento dado por 33% dos pesquisados.

Outros 30% citaram os benefícios que as empresas concedem aos empregados formais. Naturalmente, o trabalhador que possui carteira assinada precisa ganhar uma série de direitos como férias, 13º salário, seguro-desemprego e vale-transporte, por exemplo.

“Não quero mudar”

Por outro lado, quando se considera apenas os empregados informais que não querem mudar de trabalho, o motivo mais apontado para o desejo de permanência foi a flexibilidade do horário. Empregados informais normalmente criam os seus próprios sistemas de trabalho. Esta foi a resposta dada por 14,3% deste grupo.

De todo modo, esta não foi a única questão apresentada. Cerca de 11% dos trabalhadores informais também citou a ideia de que no trabalho informal eles estão ganhando mais do que ganhariam caso tivessem que trabalhar com carteira assinada.

Satisfação

A pesquisa também mediu o chamado grau de satisfação dos trabalhadores brasileiros. Em uma escala que vai de “Muito Insatisfeito” na pior das hipóteses e “Muito satisfeito” no melhor cenário, a maioria dos brasileiros votou na categoria “Satisfeito”

  • Muito Satisfeito :  22,5%
  • Satisfeito : 49,7%
  • Insatisfeito: 24,1%
  • Muito Insatisfeito: 3,7%

Como é possível perceber, apenas uma pequena parcela da população ocupada do país está insatisfeita ou muito insatisfeita com o seu trabalho neste momento. Para este público, a pesquisa perguntou os motivos da insatisfação. Eis as respostas:

  • Remuneração baixa: 64,2%
  • Pouco ou nenhum benefício: 43%
  • Insegurança: 23,7%
  • Trabalho menos do que gostaria: 22,9%
  • Carga horária elevada: 21,4%
  • Distância da minha residência para o trabalho: 12,9%
  • Trabalho de alto risco: 5,7%

A soma destas porcentagens ultrapassa a marca dos 100%, porque a pesquisa permitiu que os trabalhadores marcassem mais de uma opção caso eles considerassem que existe mais de um motivo para a insatisfação com o trabalho.

A pesquisa também perguntou aos trabalhadores qual seria a perspectiva caso eles perdessem o emprego em que atuam hoje. Eis as respostas:

“Caso você perdesse seu principal emprego e/ou fonte de renda, por quanto tempo você e sua família conseguiriam se sustentar financeiramente?”

  • Entre 1 e 3 meses: 34,7%
  • Por menos de um mês: 31,8%
  • Entre 4 e 6 meses: 15,5%
  • Entre 6 meses e 1 ano: 10,1%
  • Mais de um ano: 7,9%

Trabalhador com carteira assinada

Dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil acabou de registrar mais um crescimento no número de empregos com carteira assinada.

O Instituto registrou a geração de mais de 159.454 novos empregos formais em outubro. Isso significa um recorde de 42.998.607 postos com carteira assinada.

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